(Valor Econômico – Economia – 05/01/2021)
Chiara Quintão
Depois de um ano em que tanto se discutiu a possibilidade da devolução em massa de áreas de escritórios de alto padrão devido ao “home office”, o segmento chega a 2021 com expectativa de retomada do ciclo de crescimento atrelada à vacina contra a covid-19. No mercado paulistano de grandes lajes corporativas — o maior do país —, o ano começa com incertezas: há previsão de oferta de novos imóveis e potenciais locadores ainda mostram-se cautelosos para fechamento de contratos.
Antes da pandemia, esse segmento do mercado imobiliário vinha de vento em popa, ante a perspectiva de escassez de áreas de qualidade. Mas a mudança que afetou o mundo todo fez com que a taxa de vacância crescesse na capital paulista. Considerando-se as entregas que estavam previstas para o quarto trimestre, a Newmark Knight Frank projeta vacância de 21% a 22%, para o fim de 2020, acima dos 16% do fim do ano passado. Nos cálculos da Colliers International Brasil, no mesmo período foi de 13% para 19%.
As consultorias que acompanham o segmento mantêm a avaliação de que um modelo híbrido de trabalho será predominante a partir da vacinação. Os nove meses de 2020 com “home office” total, ou parcial, deixaram claro que os funcionários não precisam estar, fisicamente nas empresas para serem produtivos. Porém, constatou-se que a disseminação da cultura de cada uma e o desempenho de certas atividades se mostram mais eficiente com convivência física e maior intercâmbio de ideias.