Quem já foi a um estande de vendas conhece bem o ambiente. Corretores efusivos, imagens de perspectiva coladas nas paredes, maquetes do empreendimento e réplicas decoradas dos apartamentos dão o tom do local. Este último é o carro-chefe da venda. É no decorado que os compradores têm a percepção do que virá a ser o imóvel. “Muitas pessoas não sabem analisar uma planta, por isso é importante ter a dimensão em tamanho real. É lá que os clientes vão sentir encantamento pelo produto”, afirma o diretor da Nortis Incorporadora, Daniel Toti.
Construir e decorar réplicas idênticas das tipologias de apartamentos de um projeto, no entanto, pode sair bem caro. “Às, vezes não há verba, principalmente em empreendimentos de alto padrão. É difícil fazer um decorado de 300, 400 metros quadrados. Aí é preciso encontrar alternativas”, diz Luciano Amaral, diretor-geral da Benx Incorporadora.
A solução pode estar na tecnologia. Hoje, muitas incorporadoras contratam o serviço de realidade virtual, que concilia inovação e preço acessível. “A economia pode chegar a 90%”, afirma o sócio-fundador da VROne, Antonio Coutinho.
A empresa trabalha com realidade virtual como ferramenta de vendas para o mercado imobiliário. O equipamento – computador de alta performance, óculos 3D e joystick – é colocado em um estande de vendas para uso de clientes. Ao utilizá-lo, o visitante consegue ver não só o apartamento decorado, mas o empreendimento inteiro.
“Possibilita uma imersão de altíssima qualidade e, com isso, o usuário pode experimentar o ambiente antes de ele estar construído. Ver as fachadas, explorar áreas comuns, visitar as ruas do entorno e até vislumbrar a vista dos andares mais altos”, conta Coutinho.
De acordo com ele, os clientes podem ter uma experiência totalmente personalizada e escolher detalhes do ambiente, como variações de planta, acabamentos e decoração.
O preço médio do serviço é de R$ 120 mil. “Trata-se de uma ferramenta nova, e o mercado está recebendo positivamente. Estamos em uma etapa de ruptura. Não acho que as construtoras vão deixar de fazer o decorado físico de um dia para o outro, mas a realidade virtual vai ser uma experiência que os clientes vão demandar”, afirma o sócio da VROne.