(Valor Econômico – Economia – 05/01/2021)
Isabel Filgueiras
O preço de venda dos imóveis residenciais subiu de 3,67% em 2020, aponta o Índice FipeZap, que monitora anúncios imobiliários em 50 cidades brasileiras. Esta é a primeira alta nominal (sem considerar a inflação) desde 2016. Na época, o preço médio avançou 0,57%.
Apesar do aumento num ano de pandemia e crise econômica, a média de alta ficou abaixo da inflação IPCA, projetada par 4,38% no período. Com isso, houve uma queda real (quando já se desconta o valor da inflação) de 0,68% de janeiro a dezembro de 2020. Em dezembro, último mês do ano, houve alta nominal de 0,46% e queda real de 0,75%.
Em 2019, os preços interromperam o ciclo de queda que se via desde 2017. Mas o ano se encerrou sem avanço, no zero a zero. O mercado imobiliário vem passando por dificuldades para se recuperar. Embora haja interesse de compra e os juros para financiamentos tornem o negócio mais atrativo, o setor ainda enfrenta dificuldades em relação a valorização dos imóveis.
Segundo o levantamento, todas as capitais monitoradas, com exceção de Recife (PE), tiveram alta de preços no ano, algumas inclusive acima da inflação como foi o caso de Brasília (+9,13%), Manaus (+8,76%), Curitiba (+8,10%), Maceió (+7,90%), Vitória (+7,49%), Florianópolis (+7,02%) e Campo Grande (+5,91%).
Depois de uma sequência de anos ruins, com forte desvalorização, os preços de imóveis para moradia no Rio de Janeiro tiveram alta nominal de 1,60%. Considerando a inflação, houve queda real na média de preços de venda.
No entanto, mesmo com os maus resultados, a capital fluminense ainda possui o metro quadrado mais caro do país entre as capitais avaliadas pelo índice. O Rio encerrou 2020 com uma média de preço de R$ 9.437/m². Em São Paulo, a média é de R$ 9.329/m². A terceira cidade mais cara é Brasília, onde o custo de compra fica por volta de R$ 7.985/m².
As capitais com preços mais baixos são Campo Grande (R$ 4.376/m²), Goiânia (R$ 4.483/m²) e João Pessoa (R$ 4.515/m²).