(Valor Econômico – 06/10/2020)
Júlia Lewgoy
O preço médio de venda de imóveis residenciais subiu 0,53% em setembro em relação ao mês anterior, segundo o Índice FipeZap, que acompanha o preço médio de apartamentos prontos em 50 cidades brasileiras, com base em anúncios da internet. Foi a maior alta mensal em seis anos, o que mostra que a demanda por imóveis segue alta mesmo na pandemia.
O avanço ficou acima da inflação esperada para setembro, o que significa que o preço médio de venda de imóveis subiu mais do que os demais preços da economia. No mês, a inflação esperada medida pelo IPCA foi de 0,43%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. Ou seja, houve uma alta real de 0,10% no valor dos imóveis. Para fazer essa conta da variação real, é preciso dividir a oscilação dos preços pela variação da inflação.
A alta real indica que o aumento nos preços dos imóveis deixou de ser tímido. Há pouco ou nenhum espaço para compradores negociarem um desconto em relação ao valor ofertado, e os proprietários têm mais poder agora do que tinham há alguns meses.
Com exceção de Porto Alegre, onde o preço médio permaneceu praticamente estável (-0,05%), todas as capitais brasileiras monitoradas pelo Índice FipeZap apresentaram elevação no período, com destaque para Brasília (+1,97%), Curitiba (+1,39%) e Recife (+1,20%). Em São Paulo, município com maior peso na composição do Índice FipeZap, a variação registrada em setembro foi de +0,37%.
No ano, até setembro, o preço médio de venda dos imóveis residenciais acumulou alta de 2,31%, enquanto a inflação prevista é de 1,13%. Assim, houve alta real de 1,16% no período.
Já nos últimos 12 meses, o Índice FipeZap de Venda Residencial acumula um avanço de 2,14%, enquanto a inflação esperada é de 2,92%. Assim, ainda houve queda real de 0,76% no período.
O preço médio do metro quadrado dos imóveis residenciais à venda era de R$ 7.394 em setembro. Rio de Janeiro se manteve como a capital mais cara (R$ 9.347/m²), seguida por São Paulo (R$ 9.242/m²) e Brasília (R$ 7.889/m²). Já entre as capitais mais baratas, estavam Campo Grande (R$ 4.296/m²), Goiânia (R$ 4.369/m²) e João Pessoa (R$ 4.392/m²).