A PDG Realty pretende acelerar a venda de ativos vinculados a dívidas bancárias. A informação foi transmitida pelo presidente da companhia, Vladimir Ranevsky, durante teleconferência sobre os resultados do 4º trimestre.
Segundo o executivo, a PDG pretende reforçar caixa neste ano e está buscando crédito para isso. "Estamos felizes e otimistas com o que faremos em 2018", disse Ranevsky.
No quarto trimestre, as vendas líquidas da PDG tiveram queda de 50,8%, para R$ 80 milhões. Os distratos caíram 92%, para R$ 14 milhões.
A companhia teria registrado prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no quarto trimestre de 2017 e perda de R$ 2,6 bilhões no ano, se não fossem os impactos da aprovação do seu plano de recuperação judicial. Com os efeitos do plano, a incorporadora teve lucro líquido de R$ 1,28 bilhão, de outubro a dezembro, e ganho de R$ 173,221 milhões em 2017.
Do terceiro para o quarto trimestre, a dívida bruta da PDG (sem considerar dívidas trabalhistas, com fornecedores e outros passivos não bancários) foi reduzida em R$ 3,1 bilhões, para R$ 2,7 bilhões.
No plano de recuperação, a PDG reestruturou R$ 4,6 bilhões em passivos (dívida concursal), dos quais R$ 3,3 bilhões são dívidas bancárias. Se descontados R$ 818,5 milhões referentes à recuperação de multas e juros, a dívida total reestruturada passa a ser de R$ 3,8 bilhões.
A PDG informou também a diminuição de R$ 2,9 bilhões no endividamento devido à apuração do valor justo da dívida concursal. Houve incidência de juros de R$ 12,9 milhoes no trimestre.
Considerando-se todos os impactos registrados no período, a PDG informou valor justo das dívidas concursais de R$ 837,7 milhões no fim de 2017.
O passivo não renegociado no plano, ou seja, a dívida extraconcursal, soma R$ 2,7 bilhões, e está sendo tratado com cada credor.
Retomada - Segundo Ranevsky, a implantação do plano de recuperação judicial e a retomada gradual das atividades do grupo são prioridades para este ano.
O executivo ressaltou que 2017 foi o período mais desafiador no processo de reestruturação da PDG. A companhia pediu recuperação judicial em 22 de fevereiro do ano passado e, em 30 de novembro, o plano foi aprovado em assembleia geral de credores.
"O processo de recuperação judicial da PDG foi inédito. O plano foi homologado menos de nove meses após o pedido de recuperação da companhia, abrangeu 512 sociedades de propósito específico (SPEs) e teve aprovação em todas as classes de crédito por mais de 20 mil credores", disse Ranevsky.
De acordo com o presidente, a recuperação judicial possibilita manter normalidade operacional e permitirá a continuidade das obras "momentaneamente paralisadas", além da captação de novos recursos.