(IstoÉ – Economia – 15/09/2020)
O secretário da Habitação do governo de São Paulo, Flavio Amary, foi o entrevistado da live de IstoÉ na última sexta-feira (11). Na conversa com o diretor de redação da revista, Germano Oliveira, ele dissecou o atual momento do sistema habitacional do governo paulista, que tem um déficit habitacional de cerca de 1,2 milhões de moradias
Na imersão na própria pasta, o secretário falou sobre vários programas da secretaria, citou números robustos de investimentos – o governo do Estado deve investir cerca de R$ 1 bilhão em todas as modalidades do programa habitacional, totalizando 60 mil imóveis.
“60% do déficit habitacional está concentrado no ônus excessivo do aluguel, quando muitas pessoas e famílias, de até três salários mínimos, pagam mais que um terço da sua renda com aluguel”, diz.
Amary é empresário do ramo imobiliário, ele foi presidente reeleito do Secovi/SP e vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, além de outras atuações no setor. Para ele, “é importante entender a regionalização do déficit e a caracterização para buscar a solução customizada e também regionalizada para diminuir o déficit habitacional”, avalia.
“É um processo longo, demorado e histórico. A falta de moradia tem muitas outras variáveis no processo, estamos buscando atender várias delas”, diz.
“Aportamos agora 200 milhões de reais para fomentar a produção de mais de 15 mil unidades em todo o estado de São Paulo, dando apoio a projetos que já estavam prontos e aprovados, para que a gente pudesse dar o subsídio para famílias terem acesso à moradia”, completa.
Na prática, a ideia é, com criatividade e inovação, destravar processos de aprovações e licenciamentos, coibir ocupações, incentivar titulações, investir em reformas e novas construções com dinheiro do estado e por meio de parcerias público-privadas.
De acordo com Amary, a ideia é arrojada, um programa inovador, que utiliza terrenos disponíveis das prefeituras para agilizar o processo em um prazo mais curto e com custos mais baixos.
“A titulação tem um impacto econômico importante. Quando você tem um imóvel registrado, uma matrícula no cartório, essa família pode comercializar o imóvel, tem acesso ao crédito imobiliário, pode dar esse imóvel de garantia, captando recursos do sistema financeiro para investir no pequeno negócio… desdobramentos muito positivos no ciclo e na cadeia econômica, gerando emprego. É uma olhar no planejamento urbano e na qualidade de vida das famílias. Uma grande vitória que vai trazer Impacto social de médio e longo prazo para as nossas cidades”, finaliza.