A MRV Engenharia terá "volume muito grande de lançamentos" no quarto trimestre e mantém a expectativa que o Valor Geral de Vendas (VGV) apresentado no acumulado deste ano vai superar o de 2017, de acordo com o diretor executivo de finanças, Leonardo Corrêa. A empresa tem 81% dos alvarás necessários para fechar o ano com 50 mil unidades.
No terceiro trimestre, o VGV lançado pela MRV aumentou 18,5%, na comparação anual, para R$ 1,675 bilhão. Poderia ter havido mais lançamentos se não fossem atrasos na liberação de licenças de projetos por parte de algumas prefeituras e o período eleitoral, segundo Corrêa. As vendas líquidas tiveram queda de 9%, para R$ 1,166 bilhão. Os distratos aumentaram 5,5%, para R$ 279 milhões.
A MRV gerou caixa de R$ 233 milhões no terceiro trimestre e de R$ 421 milhões no acumulado de janeiro a setembro.
Em nove meses, houve aumento de 5,9% dos lançamentos, para R$ 4,19 bilhões. As vendas líquidas cresceram 5,3%, para R$ 3,68 bilhões até setembro. Os distratos da incorporadora caíram 3,4%, para R$ 790 milhões.
Assim como ocorreu há um ano, tem faltado recursos do FGTS para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, o que leva à necessidade de remanejamento de outros estados e outras finalidades a que se destina o fundo. "O governo precisará remanejar recursos", diz o diretor da MRV.
Nos últimos meses, o setor de incorporação vem pleiteando com o governo federal liberação dos recursos de linhas do FGTS que estão sub-utilizadas para finalidades que não terão verba suficiente até o fim deste ano se o ritmo de consumo for mantido.
Em relação à continuidade do programa habitacional, Corrêa afirma que o setor espera continuidade, independentemente do candidato que vencer o segundo turno da eleição presidencial - Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT). "Já ficou claro que se trata de um projeto de governo e não de partido", afirma o diretor de finanças.
Corrêa pondera que, devido ao déficit fiscal do país, o tamanho do orçamento da União para o próximo ano deve ser mantido em relação ao de 2018. Com isso, ressalta, não há expectativa de aumento dos subsídios para o programa habitacional. Por outro lado, no entendimento do executivo, pode haver necessidade de redução de subsídios para as faixas 1 e 1,5 do Minha Casa caso haja ampliação de outros programas. A incorporadora atua, principalmente, nas faixas 2 e 3. "Não estou vendo um risco grande para os nossos negócios", diz.
A MRV voltou também a ter projetos com preços de unidades acima do Minha Casa, Minha Vida. A partir do quarto trimestre, lançamentos financiados com recursos da poupança vão ganhar participação no total.