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Material de construção fica mais caro nos últimos meses

24/09/2020 / Categorias Mercado imobiliário , Economia

(Valor Econômico – Economia – 24/09/2020)

 

Fabricantes fazem reajustes de preços para repassar as altas de custos das matérias-primas

 

Chiara Quintão

 

As indústrias de materiais de construção vivem no últimos meses momento de forte demanda por seus produtos. O impulso foi dado pela concessão do auxílio emergencial de R$ 600 a uma parte da população e pela destinação de parcela maior dos gastos das famílias a suas casas. Com o aumento dos pedidos feitos pelo varejo às indústrias, os prazos de entrega cresceram. Ao mesmo tempo, fabricantes de materiais têm feito reajustes de preços com o argumento de que é preciso repassar, ainda que parcialmente, as altas de custos das matérias-primas.

Há expectativa de continuidade do aumento da demanda por materiais tanto pelo varejo quanto pelas construtoras. O volume de lançamentos imobiliários voltou a crescer, principalmente em São Paulo - maior mercado imobiliário do país -, o marco regulatório do saneamento foi aprovado e o governo anunciou, recentemente, o Casa Verde Amarela, programa habitacional que substitui o Minha Casa, Minha Vida, incluindo pontos como regularização fundiária.

Segundo incorporadoras ouvidas pelo Valor, por enquanto, não há expectativa que os prazos maiores para recebimento de materiais resultem em atrasos de obras, e a preocupação se concentra na pressão de custos. Neste ano, de acordo com uma incorporadora, os preços do cimento aumentaram 30%; os de concreto, 20%; os de aço, 25%; os de vidro, 22% e os de perfil metálico para fundação, 62%. A fonte conta que as altas de portas de madeira chegam a 43%, e as de gesso, a 50%. “Houve aumento pontual de 20% do cobre em setembro”, acrescenta. Outra incorporadora diz que o PVC está 10% mais caro.

No último dia 1º, a Lorenzetti - fabricante de duchas, chuveiros elétricos, metais sanitários e purificadores de água - reajustou seus produtos em 10%, para repassar aumentos de insumos como resinas plásticas, PVC, fios e cabos. Segundo o vice-presidente, Eduardo Coli, se a alta das matérias-primas prosseguir, a Lorenzetti poderá fazer novos aumentos ainda neste ano.

Coli conta que a Lorenzetti continua abastecendo clientes, mas os prazos de entrega estão maiores. Em média, a empresa tem levado de sete a 15 dias para realizar entregas na capital paulista, prazo que cai para 72 horas no caso de clientes com os quais já há parceria. Para a região metropolitana de São Paulo, são necessários 20 dias. “Estamos privilegiando quem já era cliente”, diz. Segundo ele, o tempo necessário para entregas pode aumentar um pouco mais.

De acordo com o executivo da Lorenzetti, o atendimento aos clientes tem sido possível devido aos investimentos realizados para ampliação da capacidade produtiva e porque a empresa tinha estoques no início da pandemia, antes de suspender, temporariamente, a produção em suas fábricas. De janeiro a setembro, o faturamento da Lorenzetti cresceu 22% na comparação anual. É esperada alta de 15% ou 16% no acumulado de 2020.

A Wavin (ex-Mexichem) - conhecida, principalmente, por tubos e conexões com a marca Amanco - informou, em nota, que reajustou preços, no início do mês, devido “à variação cambial e à situação dos principais fornecedores mundiais de insumos, que declararam interrupção da produção, relacionada à escassez de suprimentos e aos impactos causados pelo furacão Laura”. Em nota, a empresa diz que está operando à plena capacidade, “adequadamente abastecida de resina para atender aos clientes atuais e aos novos”.

O forte aumento da resina vem afetando os fabricantes de plástico no Brasil. Por consequência, segundo uma incorporadora, não só o abastecimento de tubos de PVC foi prejudicado, como também o de produtos de acabamento, caso de caixas de interruptores.

Recentemente, a Vedacit - fabricante de impermeabilizantes, mantas asfálticas, protetores de superfície, selantes, aditivos para concreto e argamassas - informou ao Valor que anunciaria aumento de preços de sua cesta de produtos da ordem de 3% a 4%, com entrada em vigor em novembro, para repassar as altas de custos de asfalto e matérias-primas dolarizadas. A última projeção feita pela Vedacit para seu faturamento, neste ano, é de crescimento de 5%. Em junho, julho e agosto, a empresa teve vendas recordes.

Há duas semanas, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), Paulo Camillo Penna, disse ao Valor que reajustes de preços de cimento que estejam ocorrendo refletem a necessidade de compensar aumentos de custos e crescimento da demanda. Na ocasião, Penna informou que existe “um movimento de recuperação, mas muito aquém das necessidades da indústria”. Segundo ele, entre 2015 e junho deste ano, os custos do cimento tiveram alta de 50% a 55%, pressionados por aumentos de insumos como energia, combustíveis e sacaria, além do frete.

De janeiro a setembro, as vendas de cimento cresceram 7,5%, para 38,6 milhões de toneladas, de acordo com dados do SNIC. 

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