(Exame – Economia – 06/11/2020)
Construtoras e incorporadoras aproveitam o momento de juros baixos com IPOs e recordes de vendas e lançamentos
Karin Salomão
Mesmo com uma crise que assola diversos segmentos da economia, o mercado imobiliário vive um de seus melhores anos em muito tempo. Com a queda da taxa de juros, no menor patamar histórico, comprar um imóvel ficou mais barato. Os brasileiros que podem buscam imóveis maiores e estão dispostos a se afastar do centro e dos locais de trabalho graças à opção do trabalho remoto. E começam a pagar mais caro na compra, ainda que economizem com o crédito mais barato.
Um estudo exclusivo preparado pelo Grupo Zap para a EXAME revela a dimensão do momento de transformação do mercado de imóveis residenciais no país.
As taxas de juro do crédito imobiliário caíram pela metade em quatro anos, passando de 15,6% ao ano em 2016 para 7,6% em 2020. Para as construtoras, a queda da taxa de juros significa uma chegada massiva de novos consumidores em potencial: pessoas com uma renda mais baixa, que não conseguiriam pagar por um imóvel, passam a ter acesso ao mercado. “O mercado potencial para nossos produtos mais do que triplicou”, afirma Fabrício Mitre, presidente da construtora e incorporadora Mitre. A construtora paulistana está com a maior velocidade de vendas de sua história, com vendas de 113 milhões de reais no ano. “O consumidor percebe que o preço está defasado e que tem acesso a linhas de financiamento mais baratas. Além disso, a poupança das famílias cresceu, em seis meses as pessoas não foram jantar fora ou viajar”, diz o presidente.