O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte de Abreu Filho, afirmou nesta terça-feira que a tendência para os juros do crédito imobiliário é de queda ou estabilidade. "Uma queda estrutural dos juros passa pelas reformas. Quando isso ocorrer, não será mais necessário o crédito direcionado", afirmou.
Segundo ele, o custo do financiamento do crédito imobiliário cairá primeiramente para empresas. "O cenário é muito positivo para pessoas jurídicas, com maior entrada de recursos de poupança, e volume de concessões ainda pequeno", disse Abreu, no seminário "Cenários e Perspectivas para o Setor Imobiliário Brasileiro", realizado em São Paulo.
Durante o evento, o presidente da associação destacou que os bancos privados têm interesse em participar do mercado imobiliário de baixa renda, mas os critérios e formas de processos e acessos precisariam ser regulamentados.
Abreu ressaltou que, para operar no mercado de baixa renda, as instituições privadas teriam de utilizar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "O fundo é sustentado pela diferença entre o dinheiro que entra - ligado ao emprego - e o que sai", disse. A segunda fonte que "alimenta o fundo" é a receita financeira dos recursos não aplicados. "À medida que a Selic cai, o fundo é menos alimentado com recursos", explicou.