A Global Logistic Properties (GLP) - empresa detentora do maior portfólio de galpões do Brasil - fechou novas locações de 270 mil metros quadrados em 2017, área recorde desde que deu início a suas operações no Brasil em 2012. "Alugamos quase 25% de tudo o que foi locado no mercado", afirma o presidente da GLP, Mauro Dias. Segundo ele, a empresa poderá acelerar o ritmo de investimentos em novas obras e elevar o volume de entregas se a economia e a demanda por áreas para locação continuarem em crescimento.

Empresas de varejo, principalmente do comércio eletrônico têm liderado a procura por áreas, de acordo com Dias, seguidas pela indústria farmacêutica. Neste ano, a demanda por parte da indústria automotiva também tende a crescer. Uma parcela das contratações continua resultando do movimento conhecido como "flight to quality", de migração dos ocupantes para áreas de melhor qualidade.

Do portfólio estabilizado da GLP, ou seja, composto por imóveis entregues há mais de 12 meses, 91% está locado. Considerando-se o ano fiscal de abril de 2017 a março de 2018, as entregas somam 95 mil metros quadrados. O total abrange galpão de 27 mil metros quadrados no Rio de Janeiro, concluído em abril do ano passado, e dois empreendimentos entregues, neste mês, em Duque de Caxias (RJ), que somam 68 mil metros quadrados.

O executivo ressaltou que a GLP tem visão de longo prazo e que os fundamentos seguem favoráveis para o setor, como infraestrutura "ruim" do país e crescimento demográfico. Dias preferiu não fazer comentários sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que a questão política "ainda é um grande ponto de interrogação". "Até que ponto a eleição vai trazer um governo comprometido com o equilíbrio fiscal?", questiona.

A GLP atua em 36 cidades de dez estados, com a maior parte das propriedades em São Paulo e no Rio de Janeiro. São 2,8 milhões de metros quadrados prontos e 1,4 milhão de metros quadrados em desenvolvimento.

Segundo a consultoria Newmark Grubb, o preço médio pedido por aluguel por metro quadrado de galpões, no mercado de São Paulo, foi de R$ 19,4 no quarto trimestre, ante R$ 19,23 no terceiro trimestre. A taxa de vacância caiu de 28,4% para 26,6%. No ano, a absorção bruta somou 850 mil metros quadrados, e a líquida (que desconta as áreas devolvidas) chegou a 385 mil metros quadrados, indicadores considerados "bons" pela consultoria ao se considerar o "cenário de recuperação lenta da economia".

No Rio de Janeiro, o preço médio mensal por metro quadrado ficou em R$ 20,5, no quarto trimestre, abaixo dos R$ 21,44 do terceiro trimestre. A vacância fechou em 30%, ante 27,7% no trimestre anterior, conforme a Newmark Grubb.