(Folha de S. Paulo – Morar – 01/12/2018)
Patrícia Figueiredo
Uma obra sustentável sai em média 40% mais cara do que uma construção convencional no Brasil. "Deveria ser o contrário, visto que reutilizamos os insumos para fazer novos produtos. Falta incentivo e subsídio para quem quer priorizar o meio ambiente", reclama o engenheiro João Barassal Neto, diretor da consultoria Smart Eco House, que faz projetos para melhorar a sustentabilidade em empresas e residências.
"As adaptações são investimentos altos, mas a longo prazo sempre trazem economia."
A casa onde vive Barassal, no bairro do Jardim São Paulo, zona norte da capital, também funciona como vitrine das tecnologias vendidas por sua empresa: ali há painéis de energia solar, gerador de energia eólica, sistema de captação de água da chuva e uma bomba de gás natural veicular para abastecer o carro.
São soluções pensadas segundo as necessidades de cada um dos moradores da casa e a disponibilidade de recursos na região.
"Tudo tem que ser projetado de acordo com a realidade brasileira, nós não podemos copiar e colar um projeto do exterior, porque não vai dar certo", explica o engenheiro.
Nos países frios, por exemplo, há uma preocupação muito maior com o isolamento térmico. "Em São Paulo, a maioria das casas não precisa de um sistema de calefação, mas pode economizar energia elétrica com painéis fotovoltaicos porque a incidência de sol é boa", compara ele.