O mercado imobiliário nacional terá expansão de 10% em lançamentos e vendas neste ano. "Se a reforma da Previdência tivesse sido aprovada, teríamos expectativa muito otimista. Como essa reforma ficou para o próximo mandato e considerando que este será um ano de eleições e Copa do Mundo, esperamos que o mercado possa crescer 10% em 2018", disse o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Celso Petrucci.
Em 2017, os lançamentos de imóveis aumentaram 5,2% na comparação com o ano anterior, para 82.343 unidades, segundo a CBIC. As vendas cresceram 9,4%, para 94.221 unidades. Por região, foram registradas altas no Nordeste (29%), Centro-Oeste (22,7%) e Sudeste (7%). Na região Norte, as vendas tiveram queda de 30,9%. No Sul, a retração foi de 4,5%.
Com alta das vendas superior a dos lançamentos, os estoques foram reduzidos. A oferta de imóveis caiu 12,3%, para 135.051 unidades. Das unidades em oferta no fim do ano passado, 49% estavam em construção, 28% estavam prontas e 23% eram imóveis na planta.
Segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins, o desempenho do setor foi superior à expectativa em 2017, ano de virada para o mercado imobiliário. Mas ele ponderou que há aspectos estruturais limitantes ao crescimento. "Sonhamos que esses impactos negativos sejam minimizados", afirmou Martins.
Entre esses fatores, estão limitações relacionadas a fontes de financiamento. "O problema de capital da Caixa Econômica Federal não está 100% equacionado", disse o presidente da CBIC, acrescentando que o desempenho do setor poderia ter sido muito maior no ano passado "sem esse tipo de problema".
Martins ressaltou que os distratos contribuíram para a retração dos bancos na concessão de crédito imobiliário. A necessidade de outras fontes de recursos, como a Letra Imobiliária Garantida (LIG), também foi ressaltada. "O custo da LIG não pode ser alto, e ainda falta algum tipo de regulamentação para esse instrumento", disse.
O presidente da CBIC criticou também a burocracia e a falta de mais segurança jurídica, que têm impacto no custo. "Quem paga é quem compra o imóvel", disse.
Já Petrucci citou que entre os pontos favoráveis ao setor estão a economia crescendo, e as expectativas de aumento do emprego formal, de queda do desemprego e de redução de mais 0,25% da Selic. "A pesquisa Focus está apontando 2,89% de crescimento do PIB, e a tendência é que índices de confiança continuem positivos", disse o presidente da CII da CBIC.
Petrucci estima que o preço médio de imóveis teve perda real em torno de 4% no ano passado. "Esperamos recuperação de preços a partir de 2018", disse.