(Exame – Economia – 04/12/2020)
A Kazzas, empresa do grupo Kallas, nasceu em 2016 com o foco em empreendimentos residenciais sustentáveis e de alta qualidade por um preço acessível
Coworking, espaço delivery com geladeira e forno para manter a comida aquecida enquanto o morador não desce, espaço pet, placas solares para reduzir o consumo de energia nas áreas comuns, horta vertical – para que todos possam plantar e colher –, bicicletas elétricas prontas para ser usadas pela família são apenas alguns exemplos de áreas comuns entregues por uma construtora de São Paulo.
À primeira vista, pode parecer que estamos falando de um prédio de luxo em um bairro concorrido da cidade de São Paulo. Mas não. A descrição acima é de um empreendimento com apartamentos de 40 metros quadrados em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo. Ele será entregue no final de 2022 pela incorporadora Kazzas, do grupo Kallas, totalmente equipado de acordo com as necessidades percebidas pela empresa durante a pandemia.
“Fizemos um estudo para entender o que é mais e menos valorizado pelos moradores. Notamos que os salões de jogos, por exemplo, têm pouco uso, enquanto os salões de festa são mais aproveitados quando o uso é estendido a áreas comuns ao ar livre”, diz Raphael Kallas, CEO do Kazzas. A estratégia deu certo. Poucas semanas após o lançamento, o empreendimento teve 65% de suas 184 unidades vendidas. “Foi nosso primeiro empreendimento desenvolvido com base em um novo conceito”, explica o executivo.
Populares, sim. Premium também
Uma spin-off da construtora Kallas, a Kazzas nasceu com o propósito de ajudar a reduzir o déficit habitacional na cidade de São Paulo. “Começamos a operar em 2016, mas só em 2019 ganhamos vida própria”, diz Kallas. O primeiro projeto independente, o Residencial Parque da Serra, em São Paulo, foi feito em parceria com um fundo americano. “A aceitação foi tão grande que vimos que não queríamos competir no varejo, e sim fazer imóveis de padrão econômico, porém premium, com qualidade superior.”
Para equilibrar o custo-benefício dos imóveis, a Kazzas passou a focar quatro pilares: sustentabilidade, preocupação com o cliente, qualidade e inovação. “Como compramos em escala, construímos mais barato e com qualidade superior aos imóveis do Programa Minha Casa Verde e Amarela, por exemplo”, diz Kallas. A Kazzas também segue alguns padrões, como construir unidades de aproximadamente 40 metros quadrados em terrenos de no mínimo 3.000 metros quadrados, onde possa erguer empreendimentos com um conceito de condomínio-clube. Os clientes costumam ser jovens casais a partir de 25 anos que querem morar próximos de estações de metrô.
Construções inteligentes
Os investimentos em inovação também ajudam a empresa a otimizar custos e entregar obras com mais inteligência. Para prospectar terrenos, por exemplo, além de recorrer a pesquisas de mercado, a Kazzas investe em visitas presenciais e drones para ter uma visão macro de eventuais oportunidades. “Nosso foco é a Grande São Paulo e cidades adjacentes, como Osasco, Carapicuíba e Taboão da Serra, mas pontualmente construímos em cidades específicas, como Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, onde também existe demanda por moradias com nosso perfil”, diz Kallas.
A empresa também aposta em plataformas com o building information modeling (BIM) – um software que permite que as equipes trabalhem de forma colaborativa, tornando os projetos não só compatíveis como também mais precisos e menos suscetíveis a erros. Outra aposta são os tours virtuais em 3D e realidade aumentada, que “transportam” os compradores para dentro dos apartamentos e de áreas comuns ainda durante a construção.
Os números indicam que a Kazzas está no caminho certo. Em 2019, a construtora lançou dois empreendimentos, 700 unidades e fechou o ano com 190 milhões de valor geral de vendas (VGV), que representa a soma do valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento. Em 2020, apesar da pandemia, a expectativa é lançar oito empreendimentos, 1.800 unidades e acumular 640 milhões de reais de VGV.
As perspectivas para 2021? “Estamos planejando o lançamento de 23 unidades, que representarão 2 bilhões de reais em VGV com a venda de 10.000 unidades”, antecipa Kallas. A meta é ousada, mas não intimida a construtora. “Somos uma empresa jovem, mas com um grande legado. Estamos preparados para revolucionar o mercado econômico”, diz.