(Valor Econômico – Economia – 06/04/2021)
Chiara Quintão
A Lavvi, joint venture na qual a Cyrela tem participação, decidiu adiar a apresentação do Villa, seu maior empreendimento da sua história e seu primeiro lançamento de luxo, um projeto com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 570 milhões. E ficará assim até que os estandes de venda possam ser reabertos na capital paulista.
Ainda assim, a incorporadora com atuação no mercado residencial paulistano dos padrões médio e alto está mantendo sua meta de lançamentos para 2021 de R$ 1,2 bilhão, com parte própria de 88%. A empresa lançou VGV próximo a R$ 550 milhões em 2020.
No primeiro trimestre, a Lavvi teve vendas brutas totais de quase R$ 90 milhões, o que corresponde a 2,81 vezes os R$ 32 milhões do mesmo período do ano passado. “Começamos este ano vendendo bem o estoque”, afirma o diretor de incorporação, Eduardo Machado. Parte da comercialização se refere a unidades lançadas pela empresa em novembro e dezembro.
O executivo ressalta que, apesar dos altos e baixos do mercado imobiliário, nos últimos anos, o imóvel funciona como “moeda forte” para quem compra.
A incorporadora tem quatro projetos para lançar neste ano. O empreendimento que marcará a entrada no segmento de luxo terá a decoração das áreas comuns assinada pela marca italiana Versace Home. “Será o sexto projeto com a marca, no mundo, e o primeiro na América Latina”, diz o executivo.
O empreendimento será desenvolvido em área de 5 mil m2, no bairro nobre de Moema, na zona Sul de São Paulo. O terreno foi formado durante um ano e meio. O preço médio por m2 das unidades ainda não está definido, mas já se sabe que vai superar R$ 20 mil, ou seja, ficar acima dos R$ 16 mil considerados para a viabilidade do projeto na aquisição do terreno.
Estão previstas duas torres: uma com 27 andares e unidades de 150 m2 a 220 m2 e outra com 29 andares e studios de 28 m2 a 32 m2.
A Lavvi possui terrenos para os lançamentos que pretende realizar até o próximo ano e segue na busca por áreas para projetos a serem apresentados em 2023. Na avaliação de Machado, o mercado de terrenos para empreendimentos dos padrões médio e alto está mais concorrido do que na última crise, mas segue “muito distante” dos anos de 2012 e 2013, de forte aquecimento do setor.
Como a incorporadora pretende se manter ativa na compra de áreas, a tendência é que haja consumo de caixa neste ano.
Na aquisição de terrenos, a Lavvi considera que os preços por m2 das unidades serão mantidos ante os atuais. “Nunca contamos com aumentos”, diz o executivo. Áreas compradas por valores inferiores aos negociados hoje contribuem para as margens elevadas. No ano passado, a Lavvi registrou margem bruta de 41,7%, ante 33,6% em 2019. A companhia espera manter seu patamar de margem.
Fundada, em 2016, por Ralph Horn e Dida Horn, a Lavvi abriu capital no ano passado.