O presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Souza, afirmou, nesta quarta-feira, que o banco pretende expandir, até o fim do ano, a carteira de crédito imobiliário para a classe média com recursos da poupança, via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Souza anunciou ainda que a Caixa poderá lançar também uma letra de crédito garantida para ampliar o financiamento. O presidente do banco acredita que a antecipação, de janeiro de 2019 para ainda este ano, da liberação de financiamento dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com recursos do FGTS, para imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão irá ampliar o apetite de crédito pela classe média.
De acordo com ele, o potencial do banco é alavancar uma expansão de até 4% no volume da carteira total de crédito do banco que encerrou o primeiro semestre de 2018 em R$ 695 bilhões. Mas Souza estima um crescimento mais conservador que deve levar o banco a expandir a carteira a um patamar de R$ 710 bilhões, sendo mais de 60% de crédito habitacional. Até junho, o banco registrou lucro de R$ 6,65 bilhões.
Já a carteira imobiliária do banco chegou a R$ 436,4 bilhões em junho, sendo R$ 250,9 bilhões concedidos com recursos do FGTS, um aumento de 13%, e R$ 185,6 bilhões com recursos da poupança, que recuaram 7%. Em relação ao crédito imobiliário, Souza projeta chegar ao fim do ano com total de até R$ 440 bilhões.
— Nós vamos continuar dando prioridade à habitação que consome menos capital e vamos começa a aplicar com mais força no SBPE, que é habitação para classe média, com recursos da poupança. Tem a letra imobiliária garantida que podemos ainda este ano, mas estamos pensando mais em poupança. Outra questão que vai fomentar o crédito imobiliário é que o Conselho Monetário Nacional também mexeu no direcionamento de recursos da poupança e liberou mais recursos para financiamento. Nós estamos esperando um segundo semestre bem melhor que o primeiro — ressaltou Nelson Souza.
A perspectiva de ampliar o limite de financiamento com recursos do FGTS deve aumentar ainda mais o interesse dos bancos privados no financiamento ao setor. A Caixa Econômica Federal já perdeu a liderança no crédito com recursos da poupança.
Crédito para micro e pequenas empresas - Enquanto o segmento imobiliário representa agora 63% da composição da carteira da Caixa, contra 59% em 2017, enquanto o crédito para empresas não ultrapassa 9% —antes, era de 11%.
— Temos interesse em voltar a aumentar o crédito para a carteira de pessoa jurídica, mas focados em micro e pequenas empresas, que acreditamos que dialogam melhor com a Caixa — ressaltou Souza.