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BRB programa expansão e mais crédito a imóvel

02/05/2019 / Categorias Mercado imobiliário , Economia

(Jornal de Brasília – Cidades – 02/05/2019)

Lucas Valença

Com um projeto ambicioso, o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, pretende fortalecer a instituição financeira e expandi-la por todo o Centro-Oeste. A intenção é chegar a três milhões de clientes e ampliar a participação do banco na economia da capital. Alinhado com outros órgãos do GDF, pretende criar linhas de crédito e incentivar o mercado imobiliário do DF. Áreas que venham a ser regularizadas passarão a ter novos programas fornecidos pelo banco que pretendem recuperar clientes perdidos nos últimos anos. Este crescimento da instituição se dará alinhada com a política de “limpeza do nome” do banco. O BRB foi alcançado no final da administração anterior por uma operação deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público, mas o presidente garante que a instituição tem contribuído com as investigações, além de contratar auditoria externa. Tudo para recuperar a imagem perante a população.

Jornal de Brasília: Como está sendo a transição? Há políticas concretas?

Paulo Henrique Costa: Eu já passei por muitas transições, em muitas empresas durante a minha carreira. Este processo é rápido, ou seja, a gente termina se inteirando rápido das características do banco e dos desafios que terá pela frente. Apesar de eu ter chegado agora, procurei me aprofundar na situação do banco. Adquirimos clareza do posicionamento estratégico que queremos construir, um posicionamento estratégico diferente do que foi praticado nos últimos quatro anos. O banco passou por um processo de redução de tamanho significativo e se distanciou muito dos clientes. Queremos outro tipo de movimento: um movimento em que o BRB passa a ter papel de protagonista no desenvolvimento econômico, humano e social do Distrito Federal. Em que ele possa exercer o seu papel de banco público, ou seja, ter um olhar para as pessoas que formam a equipe do banco, mas também para o bem da sociedade. Se a gente pudesse resumir o que aconteceu nesse período de transição, em primeiro lugar, procuramos nos aprofundar no conhecimento sobre o banco, além de procurar conhecer as pessoas. Numa outra frente de trabalho, antes da nossa chegada, ainda na administração anterior, houve uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público nas instalações da instituição. Porém, na transição a gente deixou muito claro sobre o nosso interesse em passar tudo isso a limpo. Então estamos colaborando com os órgãos de investigação para construir um banco muito mais forte no futuro.

JBr: Como será isso?

PH: A gente pode dividir o nosso trabalho em dois grandes eixos. Um eixo de construção desse futuro, de aumento da competitividade, direcionado ao crescimento e fortalecimento do banco; e outro eixo destinado a entender o que aconteceu aqui no passado. Nessa linha, contratamos uma empresa para fazer uma auditoria forense e de investigação. O banco vai voltar a crescer. Na verdade, nós já estamos crescendo. A nossa produção de crédito consignado no mês de março foi duas vezes e meia maior do que o mesmo período do ano passado. A gente aumentou, significativamente, a produção de cartão de crédito e também de crédito imobiliário. Já revimos o nosso portfólio de produtos. Começamos a lançar programas importantes, como o de financiamento dos lotes, de consultoria financeira destinada, na sua primeira fase, a tratar os superendividados, e oferecer condições de negócio diferenciado.

Jbr: Qual será a proporção deste crescimento? Quais as metas para estes próximos quatro anos?

PH: A palavra central é crescimento mesmo, mas com responsabilidade. Nossa visão é de crescer a nossa base de clientes quatro vezes nesse período. Ou seja, sair dos 770 mil clientes, que nós temos hoje, e se aproximar de três milhões. Da mesma forma, queremos aumentar o nosso resultado e, ao longo dos próximos cinco anos, alcançar o resultado de R$ 1 bilhão. Um outro elemento importante é o grau de participação do banco na economia do DF. Hoje o BRB intermedia recursos que representam cerca de 4% do PIB, mas ao longo dos próximos anos, a meta é aumentar a nossa participação para 15%. São metas bastante ambiciosas, mas não existe espaço no mercado para um banco muito pequeno. É preciso alcançar escala suficiente. Nós acreditamos que, do ponto de vista de escala, esse é o tamanho que o banco precisa ter para ser efetivamente competitivo.

JBr: O DF tem cerca de três milhões de pessoas. Então como a meta pode ser ter três milhões de clientes?

PH: Vamos expandir. Nós entendemos que é necessário sair do território do DF e avançar, num segundo momento, para o Centro-Oeste. Também temos a métrica de qualidade, além da de tamanho. Precisamos ser mais ágeis, mais competitivo, mais modernos e estar mais próximos dos nossos clientes.

JBr: A construção civil tem vivido momentos delicados. O BRB terá programas de financiamento para o setor?

PH: O setor da construção civil é uma das prioridades de trabalho do BRB. Hoje, já temos as melhores taxas do mercado. E é nesta mesma linha, que lançamos o financiamento de lotes e estamos trabalhando para lançar um produto chamado “imóvel na planta”, onde o banco acompanha a construção de toda obra e, inclusive, financia os imóveis antes de estarem construídos de fato. Com certeza, é um setor importante. Primeiro, porque tem um peso grande na economia do DF e, segundo, porque essas operações fidelizam os clientes. Não existem outras operações que fazem com que os clientes fiquem contigo (com o banco) por 20 ou 30 anos como é o financiamento imobiliário. Então é um produto essencial para a estratégia de crescimento do banco.

JBr: Outros bancos maiores e de âmbito nacional possuem financiamentos imobiliários; por qual razão esses clientes que foram perdidos nos últimos anos irão retornar ao BRB?

PH: A meta vai ser atingida a partir da modernização do banco, oferta de produtos digitais e a partir da oferta de um portfólio completo de produtos. Também vamos buscar a melhoria da qualidade de atendimento com os clientes de maneira que, boa parte deles, principalmente os servidores que saíram do BRB, possam retornar ao banco. Vamos fazer uma revisão ampla de processos, ou seja, no fundo, estamos falando de qualidade, completude e de experiência do cliente. É também preciso considerar o momento em que estamos vivendo. O próprio Banco Central e o Conselho Monetário Nacional, têm revisto as regras visando aumentar a competitividade e diminuir a concentração bancária nesses grandes bancos nacionais. Além disso, a transformação digital tem aberto oportunidades para novos bancos e o BRB precisa participar desse movimento. Outro movimento é o do crescimento da economia. Nós apostamos na aprovação da reforma da Previdência e, a partir daí um novo ciclo de crescimento. Esses são os elementos que vão sustentar o crescimento do BRB, além da expansão geográfica.

JBr: Como melhorar o fornecimento deste crédito, sem aumentar o risco do banco?

PH: A nossa estratégia se concentra em, essencialmente, trazer crédito de servidores que estão em outros bancos e que queremos trazer de volta para cá. São créditos de baixo risco, ou seja, são financiamentos imobiliários, no caso da pessoa física e, para as pessoas jurídicas, são créditos com garantia de recebíveis. Para ter ideia, o DF tem 48 mil clientes de pessoa jurídica, mas só dois mil tem crédito no BRB.

JBr: Para conquistar esses novos clientes, as taxas precisam estar melhores do que em outros bancos, não? Isso não eleva o risco?

PH: Na nossa visão, o “algo a mais” do BRB, é o entendimento da realidade local, a capacidade de tomar decisões com agilidade e ter produtos e serviços adequados à realidade de Brasília. Vou dar um exemplo concreto: financiamento de lote residencial e comercial é um produto que não dá certo em nenhum lugar do País, porque os lotes são caros e, normalmente, as pessoas compram para construir e não saem de imediato do aluguel. Em Brasília a situação é diferente, nós temos um universo de pessoas que já moram em lotes irregulares, mas que estão em fase de regularização. Pela própria lógica de construção e de cálculo do preço, eles vão pagar um valor mais baixo e o banco conta com uma garantia muito alta. Nenhum grande banco se interessa por um produto desses, porque ele está preocupado com a estratégia nacional. O BRB, por ser um banco local, entende a realidade e coloca o produto. Nós iremos crescer com agilidade, compreensão local e condições similares à concorrência. Porém, em nenhum momento a gente vai relaxar nos parâmetros de risco ou de controle interno para sustentar esse crescimento. Esse elemento do banco local será muito explorado por nós. Tem me surpreendido o vínculo emocional ou a vontade, seja das pessoas ou dos empresários, de terem negócios junto ao BRB. Vamos explorar muito essa questão de ser um banco da capital e que investe em Brasília, patrocina a cultura, o esporte e o lazer.

JBr: Então, investirão muito em publicidade?

PH: Vamos. Em termos de campanha, abordagem, nós estamos na reta final da elaboração dessa campanha e vamos sim para a mídia contar essa história que estamos construindo. Recentemente o banco foi alvo de operação da PF com o MP.

JBr: O que está sendo feito para evitar que isso volte a ocorrer?

PH: Estamos reorganizando toda a estrutura de governança, de gestão de risco e de controle do banco. Além de tudo, estamos cooperando com todos os órgãos que são responsáveis por essa investigação. Então, de uma maneira concreta, nós criamos um comitê de investigação, também contratamos uma empresa forense de investigação para conduzir esse trabalho e solicitamos em juízo, o que foi concedido, para que o BRB possa encaminhar provas com todos os órgãos de investigação. Nós também iniciamos negociação com a B3 para aderir ao programa de governança das estatais, ou seja, para que possamos ser certificados. Além disso tudo, nós afastamos todos os diretores investigados ou presos. Para ter uma noção clara do que estamos fazendo, nós estamos investigando e revisando todos os contratos firmados pelo banco desde janeiro de 2013 e que possam ter algum vínculo com quaisquer das pessoas investigadas. Hoje, o nosso trabalho considera um escopo de 90 pessoas investigadas internamente, só para ter uma ideia do tamanho do esforço. Isso então evolui para melhora de controle e mais transparente.

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