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Volume das cimenteiras tendem a cair neste ano

12/06/2018 / Categorias Mercado imobiliário , Mercado de trabalho

O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) considera que haverá queda das vendas do insumo no acumulado deste ano, segundo o presidente da entidade, Paulo Camillo Penna, embora a projeção oficial de alta de 1% a 2% em relação às 53,6 milhões de toneladas de 2017 ainda não tenha sido revista. "Muito provavelmente, vamos fechar no vermelho em 2018", afirma o presidente do SNIC.

No acumulado de janeiro a maio, as vendas internas de cimento tiveram queda de 4,5%, na comparação anual, para 20,4 milhões de toneladas. Havia expectativa que, a partir de maio, o desempenho negativo da indústria cimenteira fosse revertido e que a expansão inicialmente prevista para 2018 interrompesse a queda acumulada de 25% nos últimos três anos. A greve dos caminhoneiros e a piora da atividade econômica, porém, levaram à piora das vendas, segundo Penna.

Em maio, as vendas de cimento caíram 20,3%, na comparação anual, para 3,6 milhões de toneladas. No início da greve dos caminhoneiros, as vendas foram reduzidas para 5% da média diária, em decorrência das dificuldades para receber matérias-primas e para despachar o produto. Nos últimos dias da paralisação, a parcela vendida caiu para 3% do total, de acordo com Penna.

O SNIC estima que uma fábrica de cimento com produção de 1 milhão de toneladas por ano utilize cerca de 300 caminhões por dia para transporte do produto. O modal rodoviário responde por 96% do transporte de cimento, ante 65% da média da indústria brasileira, segundo Penna. O presidente do SNIC diz esperar que a retomada da normalidade do recebimento de insumos e despacho de produtos pelas indústrias do setor ocorrerá no prazo de 15 a 20 dias.

Segundo Penna, em média, o frete corresponde à faixa de 20% a 40% do preço final do cimento, conforme o tipo de transporte e a distância percorrida. O presidente do SNIC projeta que o tabelamento do frete acordado entre o governo e os caminhoneiros para o fim da greve resulte em acréscimo do custo de 30% a 60%. Mas ressalta que essa estimativa é "apenas uma referência do impacto", pois não considera pontos como custos de retorno.

Atualmente, a ociosidade do setor cimenteiro está próxima a 48% do total. A capacidade nominal de produção das indústrias de cimento é de 100 milhões de toneladas por ano. No início do ano, havia expectativa que a ociosidade poderia ser reduzida para a faixa de 44% a 45%, patamar que, dificilmente, será alcançado neste ano, considerando-se o novo cenário desde maio.

Penna acrescenta que as indústrias do setor têm trabalhado com margens apertadas, decorrentes de aumento dos custos. A alta com maior impacto para o setor cimenteiro é a de energia térmica, que utiliza coque de petróleo. O preço do coque tem aumentado como consequência das altas do barril de petróleo e da desvalorização do real. 

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