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Venda de cimento cai no 1º semestre e fabricantes esperam queda no ano

12/07/2018 / Categorias Mercado imobiliário , Mercado de trabalho

O desempenho negativo das vendas internas de cimento no primeiro semestre já levam o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) a esperar que a comercialização do insumo possa ter queda de 1% a 1,5% neste ano, projeção que será refinada no fim deste mês. Se a retração se confirmar, este será o quarto ano consecutivo de encolhimento do setor.

De janeiro a junho, as indústrias de cimento venderam 25,4 milhões de toneladas, no mercado interno, volume 1,5% menor do que o do mesmo período do ano passado. "O cenário é muito preocupante. Vivemos um período de enorme incerteza", afirma o presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna.

No primeiro trimestre, as vendas tiveram queda de 3%. "Tínhamos a expectativa de que esse seria o último trimestre negativo. De janeiro a abril, as vendas caíram 0,2%. Com o impacto da greve dos caminhoneiros, porém, houve redução de 4,5% de janeiro a maio", diz Penna.

Isoladamente, as vendas de junho cresceram 13,2%, na comparação anual, para 5 milhões de toneladas. O desempenho do mês passado é explicado pelo represamento para junho de parte da comercialização prevista para maio inicialmente. Mas as vendas do fim de junho já tiveram reflexos negativos dos sinais de crescimento da economia abaixo do esperado e da piora dos índices de confiança, segundo o presidente do SNIC.

No início do ano, o SNIC tinha expectativa de alta de 1% a 2% das vendas domésticas de cimento. "Para alcançarmos essa projeção, precisaríamos de acréscimo de vendas de 10%, no segundo semestre", conta Penna.

O presidente do SNIC ressalta também que as margens do setor têm sido pressionadas pelos aumentos de custos, como o do coque, cujo valor passou de US$ 74, em 2017, para US$ 83. Segundo ele, o frete representa de 20% a 40% do custo do cimento. A relação entre despesas de transporte e receita líquida das empresas é de 28%. Penna afirma que a aplicação da tabela mínima de frete representa acréscimo de custo de 114%.

A queda de vendas combinada ao aumento dos custos levam o presidente do SNIC a considerar que há risco de mais fechamentos de fábricas e linhas de produção de cimento. "Das 13 fábricas de cimento do Estado de São Paulo, seis estão fechadas e muitas operam a menos de metade da capacidade", diz Penna. O setor trabalha com 47,7% de capacidade ociosa.

Já a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mantém sua estimativa de crescimento de 1,5% do faturamento deflacionado do setor, apesar da queda de 0,4% de janeiro a junho. De acordo com a entidade, dados preliminares apontam que houve redução de 4,7% nas vendas de junho, na comparação anual. A Abramat revisou os números de maio - que indicavam alta de 3,5%, sem considerar os efeitos da greve dos caminhoneiros -, para queda de 9%, levando-se em conta os efeitos da paralisação.

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