(Valor Econômico – Economia – 05/10/2020)
Yasmim Tavares
Os investidores institucionais do segmento imobiliário ganharam uma nova alternativa para anunciar e procurar locações disponíveis para compra e venda no mercado: a GRI eCommunity.
Com foco no público B2B (Business to Business, em inglês), a plataforma on-line, além de facilitar os negócios entre líderes do setor, funciona como um "Tinder", onde as pessoas conseguem estreitar o relacionamento a partir de interesses em comum.
A novidade, desenvolvida pelo GRI Club, grupo nascido na Inglaterra e liderado pelo brasileiro Gustavo Favaron, surgiu durante a pandemia com o intuito de se tornar um canal para gerar fluxo e liquidez para os investidores institucionais do mercado imobiliário. "O meu cliente não faz compra de apartamento individual, ele tem interesse pelo prédio inteiro. E, para esse público, não tem como dar um google para ver quais hotéis de São Paulo estão à venda, por exemplo. Mas, agora, o participante da plataforma consegue de fato executar um processo mais ágil para encontrar um comprador para um produto imobiliário", afirma Favaron.
Inaugurada no dia 10 de agosto, a GRI eCommunity, além de atuar no Brasil, está presente em mais de 70 países, localizados nos Estados Unidos, na Europa, América Latina e Ásia.
"O integrante consegue fazer uma busca, por exemplo, de hotéis na América Latina com mais de 100 quartos e de valor de até US$ 200 milhões para venda. Ou seja, o uso da tecnologia nos permitiu criar uma barreira competitiva muito grande, na medida em que o capital do mercado imobiliário é global.", acrescenta.
Com mais de 5 mil membros inscritos, dentre eles presidentes e diretores do setor imobiliário, a plataforma fornece um formulário de aplicação no qual a pessoa insere as informações dela. Além disso, o participante descreve o tipo de produto que ele deseja encontrar, a localização e o preço que está disposto a pagar (ou vender).
Após o preenchimento dos dados, a ferramenta faz um "match" entre os investidores (compradores e vendedores de imóveis com aquelas características) a partir da utilização de algoritmos e inteligência artificial. Assim, ao invés do integrante receber diversas propostas aleatórias, o "Tinder" imobiliário sugere as melhores opções de acordo com a demanda dele.
"A nossa inteligência artificial faz de uma forma que apresenta os participantes de forma muito compacta e rápida, então economiza tempo, dinheiro e consegue dar muito mais assertividade ao processo.", destaca Favaron.
O GRI Club não cobra nenhum tipo de comissão ou taxa nas transações que acontecem na plataforma. De acordo com Gustavo Favaron, a afiliação ao clube é feita por meio de convites e, para que o membro possa ter acesso aos benefícios, ele precisa pagar uma anuidade.
"Todos eles são convidados a pagar uma anuidade, que pode variar de zero a US$ 100 mil. Qual é a diferença? Se você não pagar nada, terá um acesso limitado de filtros. Mas, ainda assim, essa pessoa consegue encontrar parceiros, fazer reuniões e participar de alguns encontros coletivos que são realizados na própria plataforma.", ressalta.
Ainda segundo o diretor executivo da GRI eCommunity, a meta da empresa é fechar o ano de 2020 com 10 mil participantes. No longo prazo, o clube tem planos ambiciosos: contribuir para um mercado imobiliário mais dinâmico, moderno e líquido, com o objetivo de ser um mecanismo disruptivo no setor.
Outro propósito da empresa, como destaca Favaron, é "aproximar as pessoas como nunca foi feito e dar a possibilidade dos investidores atuarem no mercado imobiliário de maneira global.".