(Valor Econômico – Empresas – 31/07/2019)
Chiara Quintão
Apesar de o desempenho da Tigre no primeiro semestre ter ficado abaixo da projeção de crescimento de 9% da receita líquida no Brasil, neste ano, da fabricante de tubos, conexões, ferramentas para pinturas, metais sanitários, portas e janelas, a estimativa ainda é considerada "factível", segundo o presidente, Otto von Sothen. Se os números de janeiro a junho forem anualizados, a expansão fica mais próxima de 7% e 8% do que de 9%, conforme o executivo, mas há expectativa de um segundo semestre "um pouco melhor".
De acordo com Sothen, a Tigre tem ganhado participação de mercado, principalmente nos segmentos de ferramentas para pinturas - houve aumento de 14% das vendas no primeiro semestre - e de torneiras plásticas - a comercialização praticamente dobrou -, e espera elevar o volume vendido de tubos e conexões nos próximos meses. No segmento de tubos para drenagem e infraestrutura, em que atua por joint venture com a americana ADS, a expansão superou 20%.
A Tigre está investindo R$ 150 milhões neste ano para terceirização do que não é atividade fim, para melhora de sistemas e redefinição do mapa fabril e logístico. "A empresa tem melhorado sua competitividade", diz o executivo.
Segundo o presidente da Tigre, os efeitos no custo dos produtos decorrentes dos eventos geológicos de Maceió que afetaram as operações da Braskem, voltadas para insumos para a fabricação de PVC no local, têm sido menores do que os esperados.
Sothen diz não ver recuperação importante na economia brasileira, neste ano, mas acredita que 2020 será "um ano melhor". "Há perspectiva de aprovação das reformas da Previdência e tributária, e existem as agendas de desburocratização e privatizações. Tenho motivos para estar otimista", diz.
Em relação à receita consolidada do grupo - faturamento do Brasil somado ao da área internacional -, a Tigre revisou sua projeção de crescimento de 15% da receita líquida, em 2019, para o patamar de 10% a 12%.
Para as operações internacionais, a estimativa de alta de quase 20% do faturamento foi reduzida para 15% devido à desvalorização do peso argentino. "Na Argentina, nossa receita cresce 53%, mas a inflação do país de 40% consome grande parte leva boa parte da expansão", diz Sothen. A operação da Tigre tem quase 500 pessoas no país vizinho. Com exceção da Venezuela, a empresa possui fábricas de tubos e conexões em todos os países da América do Sul.