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SP triplica lançamento de imóveis até R$ 240 mil

12/11/2018 / Categorias Mercado imobiliário

(O Estado de S. Paulo – Economia e Negócios – 12/11/2018)

Pedro Rubens Santos

Os novos projetos com imóveis populares triplicaram na cidade de São Paulo. Metade dos 28,7 mil apartamentos lançados em 2017 custava no máximo R$ 240 mil, o limite para ser enquadrado no programa Minha Casa Minha Vida, que oferece juros menores e subsídios para o comprador de baixa renda.  Foram 14,3 mil unidades que chegaram ao mercado paulistano na faixa de até R$ 240 mil durante o ano passado contra 4,8 mil em 2016, registrando um crescimento de 197%, segundo os dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Para a entidade, esse valor foi preponderante para o sucesso de vendas dos apartamentos.

O preço também é a questão fundamental para as 15 pessoas ouvidas pela reportagem no Feirão da Caixa, realizado em maio na capital paulista. A faixa apontada variou de R$ 150 mil até o máximo de R$ 250 mil. “O importante é o valor. Tem que caber no meu bolso”, disse Danielle Alves, de 29 anos. “No máximo R$ 200 mil”, computa a bancária, estabelecendo o seu teto. Ela foi ao evento da Caixa em busca da sua primeira casa própria.

Danielle vive com a mãe, mas seu projeto é morar sozinha, na mesma região em que trabalha, no ABC paulista. No entanto, as ofertas do Feirão não a deixaram entusiasmada. “Os preços aqui estão a mesma coisa que os apresentados pelos corretores que estou vendo lá fora, ou até mais caros”, afirmou. Nataly Marcelo, de 18 anos, teve outra impressão. Ela é auxiliar administrativa e foi ao Feirão na companhia do parceiro Jhony da Silva, com o desejo de adquirir um apartamento. “Começamos a procurar agora”, afirmou, comentando que os valores disponíveis no evento corresponderam às suas expectativas. “Está favorável". O casal está de olho em imóveis na zona leste e sabe que não pode fugir do orçamento. “O valor tem que ser entre R$ 200 e, no máximo, R$ 250 mil”, pondera Nataly.

O limite de R$ 240 mil do Minha Casa Minha Vida incentiva o público a colocar a mão no bolso pelo primeiro imóvel próprio. Seja para deixar a casa dos pais ou para viver com o cônjuge, as buscas são pela realização de um sonho. Para alcançar a meta, ter os pés no chão e controlar gastos é fundamental. A estudante de jornalismo Larissa Ribeiro, 20, conta que pesquisa muito antes de fechar negócio. Seu imóvel ideal: um apartamento novo para dividir com o namorado. “Viemos ao evento pesquisar. Temos a intenção de casar, mas estamos nos programando para fechar, certos de ser um bom negócio e já conhecermos tudo relacionado a taxas e juros”, explicou. O casal prioriza imóveis na zona sul, onde mora atualmente, e o orçamento de que dispõe coincide com o dos demais entrevistados: “Até R$ 200 mil”, explica Larissa.

Moradia. A última rodada do Raio X FipeZap: perfil da demanda de imóveis, uma pesquisa trimestral desenvolvida em conjunto pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo grupo Zap, comprova que a grande maioria (88%) dos compradores tem como principal objetivo destinar o imóvel para moradia e, em particular, para morar com alguém. O questionário, aplicado a usuários do portal Zap, obteve respostas de 5 mil pessoas, entre 10 e 26 de abril. Dois terços dos participantes da última pesquisa apresentava renda domiciliar mensal de até R$ 10 mil – incluindo as parcelas de 15% até R$ 2,5 mil e outra de 25% acima de R$2,5 mil até R$ 5 mil. A maioria dos entrevistados (65%) que pretendem adquirir um imóvel ainda acham os preços altos ou muito altos.

A busca pela casa própria pode se tornar cansativa, mas fica bem melhor quando é feita junto com a pessoa com a qual se vai compartilhar o novo lar. No Feirão da Caixa, Alício Roberto, de 35 anos, gerente de restaurante, que mora de aluguel com Taís Mota, procurava um imóvel para comprar. Os dois, porém, dizem não ter pressa. Com bom humor, ele revela quais são os planos do casal. “Queremos o simples. Dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma área para fazer churrasco, tomar cerveja e ver o jogo do Corinthians”, afirma Alício. “Assim, está ótimo.”

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