(Valor Econômico – Finanças – 02/10/2019)
Fabio Graner
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse que a instituição é a única com capacidade técnica de ser gestora do FGTS e essa visão teria a concordância do ministro da Economia, Paulo Guedes, com quem se reuniu pela manhã. No governo há quem defenda o fim da exclusividade do banco estatal sobre a gestão do fundo de garantia, dando acesso a outras instituições.
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Ferreira, também defendeu, na mesma reunião, que a Caixa mantenha a exclusividade sobre o FGTS. Ele lembrou que nos anos 90 não havia exclusividade e o modelo não deu certo, com cotistas ficando sem receber em algumas situações. Ferreira também atacou o processo de redução de pessoal da Caixa, que pode se intensificar se ela perder o fundo.
Ao defender sua gestão à frente do banco, Pedro Guimarães destacou o lucro recorde no primeiro semestre e a redução de custos, processo que ele disse que continuará, como a menor despesa com aluguel de imóveis. O executivo disse que “no terceiro trimestre teremos resultado mais forte ainda”, sem especificar se estava comparando com o segundo trimestre ou com o resultado de todo o primeiro semestre, que foi recorde.
Ele destacou que na semana passada o banco conseguiu concluir uma renegociação de quatro anos na área de seguro de vida, previdência e prestamista que ficou 70% superior a um acerto não efetivado em novembro do ano passado. O valor ficou em R$ 7,8 bilhões, segundo ele, e há mais oito negociações nessa área em curso e outras duas na área de cartões.
Guimarães também salientou o ganho de R$ 4,2 bilhões de valorização de ações do Banco Pan, que teve a venda de R$ 500 milhões em setembro e que continuará até zerar a participação. E ressaltou a venda de todas as ações da Petrobras. “Não somos petroleira”, disse.
Guimarães disse que pretende continuar reduzindo taxas de juros de cheque especial, CDC e microcrédito. “Já reduzimos em 40% a taxa de cheque especial, CDC e microcrédito. A taxa está longe de ser razoável, mas, como banco da matemática, vamos continuar tentando fazer redução de maneira crível e sustentável para o banco”, disse Guimarães. “Quero chegar a taxas menores de cheque especial em três anos”, disse, afirmando que 8% ao mês de juros no cheque especial ainda é muito alto. E reforçou que não emprestará mais para empresas grandes, só para pequenas.