(O Estado de S. Paulo – Economia e Negócios – 12/02/2019)
Circe Bonatelli
A incorporadora paulista Setin e a amazonense Capital – tradicionais no mercado residencial de médio e alto padrão – serão sócias em uma nova empresa para construir moradias populares, aproveitando a onda positiva do Minha Casa Minha Vida (MCMV), segmento imobiliário que mais cresceu nos últimos anos no Brasil. Batizada de Mundo Apto, a nova incorporadora desenvolverá empreendimentos na cidade de São Paulo, com foco nas faixas 2 e 3, voltadas para famílias com renda mensal de até R$ 4 mil e R$ 7 mil, respectivamente. A meta para 2019 é lançar cinco projetos, com valor geral de vendas total estimado em R$ 150 milhões. O primeiro lançamento ocorrerá em maio, na Vila Mascote, e os demais virão nos bairros da Liberdade, Barra Funda, Pacaembu e Cambuci.
Quase metade. A Setin, do empresário Antônio Setin, terá 45% da Mundo Apto, enquanto a Capital, de Pauderley Avelino (irmão gêmeo do ex-deputado federal Pauderney, do DEM, um dos articuladores da lei dos distratos aprovada no ano passado), outros 45%. Há ainda um terceiro sócio não revelado com 10%. Para a presidência foi convocado Fernando Motta, ex-Rossi Residencial. Aliás, entre 2010 e 2017, Rossi e Capital mantiveram uma joint venture na região Norte, mas a parceria foi desfeita após os impactos da crise sobre as empresas e o enxugamento das operações.
Quase tudo. O MCMV respondeu por 75% dos lançamentos e 67% das vendas no País nos últimos 12 meses, segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias. A chegada de uma nova empresa acirrará ainda mais a concorrência, que já conta com grandes como Cyrela, Eztec e RNI. Desde o ano passado, essas companhias passaram a desenvolver projetos para o MCMV, atraídas pelos financiamentos do FGTS com juros menores.