A RNI Negócios Imobiliários (antiga Rodobens Negócios Imobiliários) mantém seus planos de acelerar lançamentos, em 2018, e tem como meta de melhorar margens. A estimativa para este ano é que o Valor Geral de Vendas (VGV) lançado fique entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões, a maior parte em empreendimentos econômicos enquadrados no financiamento com recursos de poupança e no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
“Com a expectativa de um Brasil melhor, as pessoas estão tomando decisões de compra. Talvez o setor não decole em 2018, mas o patamar dos últimos bons anos do mercado imobiliário pode ser retomados em 2019”, diz o copresidente Alexandre Mangabeira. Em relação a um ano atrás, a oferta de imóveis está menor, o volume de distratos caiu e os lançamentos têm apresentado boas velocidades de vendas, o que leva a companhia a estar mais “animada com o mercado”.
Na avaliação do outro copresidente da companhia, Carlos Bianconi, um dos gargalos para a expansão do setor é que a queda da inflação e a redução da Selic ainda não se refletiram, de fato, em diminuição das taxas de juros cobrados pelos bancos dos clientes nos financiamentos imobiliários. “É uma pressão contra o crescimento”, afirma Bianconi. O copresidente diz estar “confiante de que os bancos vão se adequar à realidade atual”.
Neste ano, a RNI lançou a segunda fase de um empreendimento, com VGV de R$ 30 milhões e, no dia 24, a companhia fará lançamento de projeto em terreno residual na cidade de São Paulo — mercado que deixou de fazer parte de sua atuação. Trata-se de empreendimento de R$ 40 milhões direcionado para as classes média e média-alta. A incorporadora não apresentará projetos de loteamento em 2018, que demandam mais capital no início. “Temos necessidade de caixa para fazer frente aos nossos processos residenciais”, diz Mangabeira.
A melhora esperada das margens resultará da redução dos níveis de descontos de preços de imóveis residenciais em decorrência de menos distratos. Por outro lado, o número de cancelamentos de vendas de loteamentos pode crescer. “Mas, nesse caso, a revenda ocorre sem perdas”, diz Mangabeira. Os últimos lançamentos de urbanismo ocorreram em 2016.
Em 2017, a companhia retornou às origens, com a volta da sede para São José do Rio Preto (SP) e com o anúncio de que voltaria a incorporar parte dos projetos para a baixa renda, incluindo o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O quadro de pessoal foi reduzido em 50%, para 260 pessoas, e os custos totais foram cortados em 40%. Segundo Bianconi, não estão previstos novos ajustes, e a intenção é manter o crescimento projetado com o quadro atual.
No ano passado, a RNI gerou caixa de R$ 179 milhões, sendo R$ 40 milhões no quarto trimestre. No fim de 2017, a alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido era de 34,3%, abaixo dos 53,2% do fim de setembro. A incorporadora encerrou o ano com banco de terrenos correspondente ao VGV potencial de R$ 3 bilhões.
No quarto trimestre, a empresa reduziu seu prejuízo líquido em 65,8%, para R$ 19,59 milhões. A receita líquida teve queda de 4%, para R$ 72,95 milhões. A margem bruta passou de 16,2% negativos, no quarto trimestre de 2016, para 8,7%. A companhia informou margem bruta ajustada de 18%, ante o indicador negativo de 2% um ano antes.