Os bairros que concentram o maior número de imóveis disponíveis na rodada de leilões, promovidos pela Caixa até o dia 17, são Recreio dos Bandeirantes, Taquara, Pavuna e Jacarepaguá. Segundo o banco, o menor imóvel possui 25m², localizado em Todos os Santos, e o maior 814m², em Vila Isabel. O valor médio dos imóveis está em R$ 349.900, o que tem atraído investidores.
O imóvel mais barato disponível tem lance mínimo de R$ 2.750, no Engenho de Dentro, na Zona Norte, e o mais caro está sendo oferecido por R$ 4.486.400, no Leblon. No Rio, a instituição financeira ofertou mais de mil dos 18 mil imóveis retomados pelo banco e que estão sendo leiloados.
Para Patricia Curvelo, diretora da Investmais, consultoria e assessoria de investimentos em ativos imobiliários, os preços mais baixos, em comparação com o mercado imobiliário, e a possibilidade que a Caixa oferece de parcelamento e financiamento do imóvel, além de utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) têm atraído o interesse dos consumidores:
- Há quatro anos, quando começamos a oferecer assessoria no mercado de leilões extrajudiciais, a maior parte dos nossos clientes era formada por investidores. Hoje, o cenário mudou. O leilão não é somente uma oportunidade de negócios, mas a chance para muitos brasileiros de adquirir o primeiro imóvel com descontos agressivos - explica Patrícia Curvelo.
Os interessados podem consultar as ofertas, as fotos e as características dos imóveis através do site http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/imoveis-venda/Paginas/default.aspx.
Estoque alto em bancos públicos e privados - Somente a Caixa acumula um estoque de 46 mil unidades retomadas (entre apartamentos e casas), o mais elevado em quase duas décadas e efeito da crise, que fez a inadimplência disparar. Em junho deste ano, a Caixa Econômica Federal anunciou pela primeira vez um leilão no atacado, com 6.013 imóveis em todo o país. Agora, são mais de 18 mil unidades.
A Lei da Alienação Fiduciária permite que as instituições financeiras providenciem os leilões de imóveis retomados diante da falta de pagamento do comprador, em um processo realizado de forma extrajudicial. A primeira notificação de retomada do imóvel pode acontecer a partir da terceira parcela em atraso.
- O mercado de leilões de imóveis cresceu muito ao longo dos últimos quatro anos. A crise financeira gerou crescimento da inadimplência e consequentemente aumentou a retomada de imóveis. Mesmo que a crise tenha dado sinais de arrefecimento, o mercado ainda sentirá os reflexos por alguns anos, o que faz com que ainda existam oportunidades para a compra de imóveis com até 50% de desconto nos bancos - acrescenta Henri Zylberstajn, leiloeiro da Sold Leilões.
A empresa registrou aumento de 400% na oferta de prédios, casas, apartamentos e imóveis comerciais para leilão de grandes bancos, somente entre 2016 e 2017. A Sold promove, no Rio, leilões de sete imóveis do banco Santander. Em todo país, são ao todo 80 unidades com lance a partir de R$ 51 mil, parcelamento em até 35 anos e desconto de até 49%.