(Diário do Comércio – Notícias – 18/10/2019)
Juliana Siqueira
Em agosto, conforme os dados do Sinduscon-MG, 61 unidades residenciais foram lançadas, contra 74 em julho - Crédito: Divulgação
O momento atual é de virada de chave para o mercado imobiliário, de acordo com Ricardo Catão, diretor da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
A entidade divulgou estudos que destacam essa afirmação, evidenciando o quanto o momento está propício para comercializações na área.
O cenário atual revela que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deverá encerrar 2019 abaixo do centro da meta (4,25%).
Além disso, no mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) diminuiu a taxa básica de juros da economia de 6% para 5,5%.
“Diante desse cenário, com condições mais atrativas de financiamento, entre outros reflexos positivos, as pessoas estão mais otimistas para realizar negócios”, diz o profissional.
Defasagem – Por outro lado, os preços praticados hoje devem sofrer alterações em um não tão longo período de tempo, conforme ressalta Catão. Isso porque o aumento da demanda pode não acompanhar a oferta que, inclusive, está mais baixa.
Para se ter uma ideia, de acordo com os dados do Sinduscon-MG, no mês de agosto, por exemplo, 3.310 apartamentos estavam disponíveis para comercialização nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Trata-se do menor número da série histórica, que teve início no ano de 2016.
“Essa baixa oferta é reflexo do mercado em crise e, com isso, a construção foi diminuindo. Como teve menor produção, isso tem influenciado o volume de estoque”, destaca Catão.
Conforme informações do Censo do Mercado Imobiliário, realizado pela Brain Consultoria para o Sinduscon-MG, o valor médio de unidades residenciais nos dois municípios, inclusive, já apresenta incremento. Em agosto de 2018, era de R$ 7.907/m², passando para R$ 8.460/m² em agosto deste ano.
Além disso, o estudo também aponta que, de janeiro a agosto deste ano, o IPCA apresentou crescimento de 2,54%, enquanto o valor dos apartamentos aumentou 5,22%. Já de agosto de 2018 a agosto de 2019, a alta do IPCA foi de 3,43%, enquanto a dos imóveis novos foi de 6,99%.
Com isso, é possível verificar que os imóveis residenciais novos tiveram um incremento real de 2,61% no período que compreende janeiro a agosto de 2019 e de 3,44% nos últimos 12 meses.
Lançamentos – No último mês de agosto, conforme os dados do Sinduscon-MG, 61 unidades residenciais foram lançadas contra 74 em julho, representando uma queda de 17,6%.
Ainda na comparação de agosto com julho, houve retração de 34,4% nas vendas de apartamentos, no entanto, as comercializações de imóveis foram três vezes maiores do que os lançamentos.
A queda nas vendas também pode ser vista quando se compara o período de janeiro a agosto deste ano com o mesmo intervalo de tempo de 2018. Nesses meses de 2019, foram comercializados 2.111 apartamentos em Belo Horizonte e em Nova Lima, o que representa uma retração de 14,47% em comparação ao mesmo acumulado do ano passado.