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MRV, Tenda, Cyrela e RNI divulgam resultados melhores no 2º trimestre

09/08/2019 / Categorias Mercado imobiliário , Economia

(Valor Econômico – Empresas – 09/08/2019)

A maioria das incorporadoras que divulgaram balanços ontem apresentou melhora do desempenho do segundo trimestre, na comparação anual. MRV Engenharia e Tenda, com atuação na baixa renda, elevaram lucro líquido e receita líquida. Cyrela e RNI Negócios Imobiliários reverteram prejuízo em lucro. Já o prejuízo da Tecnisa cresceu, e a receita da companhia teve queda.

A MRV continua a acelerar seu ciclo de produção, de acordo com o copresidente Rafael Menin. Isso se refletiu na receita (alta de 18,3%, para R$ 1,559 bilhão), no lucro (aumento de 14,6%, para R$ 190 milhões) e na maior diluição das despesas com vendas, gerais e administrativas. De abril a junho, a relação entre essas despesas e a receita líquida ficou em 15,3%.

"Esperamos lançar e vender mais no segundo semestre. Um ciclo mais curto e um volume maior de vendas podem fazer com que a receita tenha crescimento no período", diz Menin.

A margem bruta da MRV caiu de 33,3% para 30,7%. Conforme o copresidente, o maior rigor na concessão de financiamento bancário tem se refletido na necessidade de a companhia ser mais flexível nas condições comerciais, com mix de soluções, como descontos e retenção maior de clientes em carteira. Essa flexibilidade se reflete nas margens. Segundo Menin, a expectativa é que margem bruta se mantenha no patamar atual.

O lucro da Tenda cresceu 41,4%, para R$ 73 milhões. O resultado melhorou com o aumento de 22,6% da receita, para R$ 489,1 milhões e com a redução nas despesas operacionais. A margem bruta teve queda de 36% para 34%. A Tenda elevou lançamentos em 9,9%, mas teve leve queda de 0,3% nas vendas. A companhia gerou caixa de R$ 36,1 milhões.

A Cyrela reverteu o prejuízo de R$ 28 milhões do segundo trimestre de 2018 e registrou lucro de R$ 113,84 milhões. A receita cresceu 46,5%, para R$ 937 milhões. Houve impactos positivos de R$ 35 milhões referente à participação da companhia na Cury e de R$ 8 milhões da parcela no resultado do lançamento do empreendimento "Skyline Jockey". Por outro lado, contingências judiciais tiveram impacto negativo de R$ 34 milhões. Segundo o diretor financeiro, Miguel Mickelberg, a incorporadora espera redução das contingências nos próximos trimestres.

A Cyrela tem expectativa de um segundo semestre forte em lançamentos, de acordo com Mickelberg. "A tendência é alcançar o objetivo de lançar mais em 2019 do que em 2018", diz. A margem bruta deve melhorar, gradualmente, considerando que as safras mais recentes de lançamentos tendem a ganhar mais representação na composição da receita. No trimestre, a margem bruta cresceu 4,5 pontos percentuais para 31,3%.

Em relação à geração de caixa, o cenário é mais desafiador para a Cyrela, neste semestre, de acordo com o diretor, devido aos desembolsos com terrenos e obras, e menos repasses dos recebíveis dos projetos antigos. No primeiro semestre, a Cyrela gerou caixa de R$ 350 milhões, R$ 196 milhões de abril a junho.

O prejuízo da Tecnisa cresceu 67,9%, para R$ 144,1 milhões, devido à combinação de menor composição da receita, em decorrência da queda de lançamentos nos últimos anos, com gastos extraordinários. A receita caiu 18,1%, para R$ 47,3 milhões. A empresa fez provisão de R$ 44 milhões para perda com parceiro e de R$ 36 milhões para perda de terreno no Morumbi, em São Paulo, desapropriado pela prefeitura do município. A decisão da desapropriação ainda pode ser revertida.

A Tecnisa lançou R$ 52,1 milhões no trimestre, em três empreendimentos. A incorporadora tem um lançamento previsto para o terceiro trimestre, com parte própria de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões. "Estamos otimistas. O desempenho dos nosso três lançamentos está bom, assim como o de empreendimentos de concorrentes", afirma o presidente, Joseph Nigri. Segundo ele, há espaço para altas de preços de imóveis. No segundo trimestre, as vendas líquidas cresceram 8,2%, para R$ 102,75 milhões, e os distratos caíram 60%, para R$ 20 milhões.

Em 17 julho, a Tecnisa concluiu captação de R$ 445 milhões em oferta subsequente de ações ("follow-on"). Dos recursos, R$ 67 milhões já foram destinados ao pagamento de dívidas e R$ 160 milhões, à repactuação de vencimentos, com redução de quatro pontos percentuais do custo. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Flávio Vidigal de Cápua, a Tecnisa avalia acessar o mercado de capitais por meio de instrumentos de dívida, como debêntures ou certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).

A RNI reverteu perda de R$ 9,1 milhões e teve lucro de R$ 2,3 milhões. A receita cresceu 61%, para R$ 65,99 milhões. A margem bruta caiu de 23,6% para 22,4% de abril a junho. O resultado financeiro cresceu 94%, para R$ 5,15 milhões. A RNI gerou caixa de R$ 32 milhões no trimestre.

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