(Dário do vale – Economia – 07/11/2018)
Volta Redonda – O empresário Mauro Campos, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário do Sul Fluminense (Sinduscon-SF) foi informado, em reuniões que teve com o vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Paulo Antunes, e a gerente-executiva de Habitação do Banco do Brasil, Daniela Avelar, de que os recursos reservados para o subsídio aos imóveis do programa “Minha Casa, Minha Vida” faixa 1,5 terminaram este ano. Esta faixa é destinada a famílias com renda até três salários mínimos.
Mauro esclareceu que as faixas 2 (de três a dez salários mínimos de renda familiar) e 3 (acima de dez salários mínimos) de renda familiar ainda têm recursos para o subsídio e o fechamento dos contratos continua normalmente. A faixa 2 é a que beneficia compradores de apartamentos nos empreendimentos privados mais comuns na região.
De acordo com Mauro, a expectativa é que, com a virada do ano e a entrada em vigor do novo orçamento, os financiamentos para a faixa 1,5 sejam retomados normalmente.
Avaliações de conhecedores do mercado imobiliário que preferiram não ser citados nominalmente apontam que, nos próximos anos, deve haver um descompasso entre a demanda e a oferta de crédito imobiliário, com a oferta menor do que a demanda, devido às restrições no subsídio.
Isso deve ocorrer, segundo a fonte, porque a população já está se sentindo mais segura para financiar imóveis pelas regras do “Minha Casa, Minha Vida”, mas os recursos do FGTS, que são usados para esse fim, ficaram mais escassos devido à crise e à redução do mercado de trabalho. Só depois que a recente retomada na geração de empregos se refletir em mais recursos sendo recolhidos pelo FGTS o equilíbrio entre oferta e demanda deve ser retomado.
Ainda segundo a fonte, a tendência é que 2019 tenha menos empreendimentos imobiliários com financiamento pelo FGTS. As empresas devem ser mais seletivas nos lançamentos e a oferta de imóveis pode cair, o que pode levar a uma alta de preços.
A mesma fonte recomendou que quem puder antecipe sua decisão de compra: “Se for da faixa 1,5, a pessoa vai aguardar um pouco, mas garantiu a compra pelo preço atual ou com um reajuste pro índices oficiais. Se for das faixas 2 ou 3, a pessoa vai efetivar a compra antes que o desequilíbrio entre oferta e demanda leve ao aumento de preços”, concluiu.