São Paulo. Os juros do crédito imobiliário tendem a permanecer estáveis ou passar por leves reduções no curto prazo, de acordo com estimativa do presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte. O executivo avaliou que após o ciclo de corte da Selic e as diminuições de juros já praticados pelos bancos nos últimos meses, novas reduções nas taxas do financiamento dependem de reformas estruturais no País - como a questão da Previdência - e o recuo dos juros de longo prazo.
"As taxas de juros já cederam bastante em relação ao ponto máximo da crise e já estamos voltando ao patamar de normalidade", comentou Duarte, observando que os bancos já concedem crédito imobiliário a taxas na ordem de 9% ao ano, enquanto antes da crise econômica, foram praticadas taxas de até 7% a 8% ao ano. "Pode cair mais? Talvez mais um pouco. Agora, depende principalmente da curva longa de juros", comentou.
O presidente da Abecip explicou que não há falta de recursos para concessão de financiamentos, mas sim falta de confiança dos consumidores em assumir empréstimos, dado o desemprego elevado e a falta de clareza sobre os rumos do País. Para este ano, ele reiterou a projeção de crescimento de cerca de 10% dos financiamentos.
Portabilidade - Na semana passada, a Caixa Econômica reduziu de até 1,25 ponto porcentual das taxas de juros de crédito imobiliário, o primeiro corte em 17 meses, igualando as taxas com os demais bancos. Com todos agora no mesmo degrau, o cliente que estiver motivado a renegociar seu contrato vigente pelo movimento de queda de juros deverá barganhar, arcar com os custos de uma possível mudança e não olhar apenas para as taxas. O trabalho extra pode compensar e gerar economia de até R$ 68 mil, especialmente para quem contratou o financiamento entre 2015 e 2016, com juros num patamar bem mais elevado. Segundo especialistas, a troca pode valer a pena se a taxa do novo crédito imobiliário estiver 0,5 ponto porcentual mais em conta do que a contratada no passado.