Apesar de ainda ser a favorita de maioria dos brasileiros na hora de guardar dinheiro, a poupança vem perdendo espaço gradativamente para outras aplicações que oferecem maiores rentabilidades.

Esse movimento ainda é pequeno, mas já vem sendo observado no mercado financeiro. Um exemplo é o Tesouro Direto, programa do governo federal em parceria com a B3, que permite a negociação de títulos públicos pela internet.

No último mês de junho, segundo dados do Tesouro Nacional, mais de 80 mil pessoas se cadastraram no programa, que chegou a um total de mais de 2 milhões de investidores. Nos últimos 12 meses, houve crescimento de 54,2% no número de novos participantes cadastrados e de 22% de investidores ativos (que possuem, de fato, alguma aplicação).

Esses dados comprovam que a busca por melhores investimentos que a poupança vem crescendo e colaborando para que cada vez mais pessoas possam ir além da caderneta. Essa mudança, mesmo que ainda tímida, é impulsionada pelo baixo rendimento que a poupança tem entregado nos últimos meses.

Desde de setembro de 2017, quando a taxa Selic ficou abaixo de 8,5%, a poupança tem entregado apenas 70% da taxa básica de juros da economia brasileira, mais a taxa referencial (que costuma estar bem próxima de zero).

Para entender melhor: o rendimento da poupança está diretamente ligado à taxa Selic. Essa taxa é uma importante referência no mercado para vários investimentos e é analisada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central.

Desde 2012, o cálculo do rendimento poupança é definido seguindo duas regras, dependendo do valor da meta anual da taxa Selic: 1) Se a Selic anual está acima de 8,5%, a poupança rende 0,5% + Taxa Referencial (TR) ao mês; 2) Se a Selic anual está igual ou menor que 8,5%, o rendimento da poupança é de 70% da Selic + a TR.

Como a Selic tem se mantido abaixo do patamar de 8,5% nos últimos meses, a regra que está valendo é a de 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial. Com isso, o rendimento da poupança tem deixado muito a desejar.

Em 2018, de acordo com dados do Banco Central, os juros da poupança mensalmente têm ficado em aproximadamente 0,37%. Se a rentabilidade mensal permanecer da forma que está, a poupança pode render algo próximo de 5% no ano. No entanto, é importante lembrar que a meta da inflação é de 4,5% para este ano, então toda a rentabilidade da caderneta pode ser corroída pela inflação.

Nesse sentido, é importante buscar alternativas para evitar a perda de poder compra e conquistar um rendimento interessante. Entre as opções que vêm ganhando destaque gradualmente estão:

Tesouro Direto - Como mencionado anteriormente, o programa que possibilita a negociação de títulos públicos online é um dos escolhidos por quem busca simplicidade, segurança e bons rendimentos. Tudo é feito pela internet e é possível começar a investir a partir de R$ 30.

Certificados de Depósito Bancário (CDB) - Também bastante conhecido por quem busca investir fora da poupança, esses títulos são oferecidos por bancos. O valor investido pode ser utilizado pelo banco em suas atividades e depois é pago ao investidor, somado a juros, na data definida em contrato.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) - Muito buscadas por quem deseja investir com isenção de Imposto de Renda, as Letras de Crédito também são vantajosas porque oferecem a mesma segurança da poupança e ajudam a impulsionar setores importantes da economia brasileira.

Bolsa de Valores - Apesar de muitas pessoas ainda demonstrarem receio de investir em renda variável, a Bolsa pode ser uma boa oportunidade para quem deseja ter rendimentos excelentes, utilizando estratégias inteligentes e prezando a segurança. Além de ações, na Bolsa, é possível investir em contratos futuros, fundos de investimentos, derivativos, entre outros.

Diante de várias possibilidades, além de outras tantas que não foram mencionadas, fica perceptível a necessidade de fugir do lugar comum e do comodismo para buscar alternativas que aliem bons resultados à praticidade e segurança.