A SDI Gestão pretende investir, entre este ano e 2020, R$ 2 bilhões no setor imobiliário, a maior parte em desenvolvimento de projetos e aquisições no segmento de escritórios comerciais na cidade de São Paulo. “Acreditamos que vai haver falta de escritórios a partir de 2020”, diz o diretor da SDI, André de Abreu Pereira. Compra e desenvolvimento de galpões no raio de até 30 quilômetros da capital paulista também estão no radar da gestora e consultoria de investimentos imobiliários.
A SDI tem R$ 1,9 bilhão de ativos prontos e em desenvolvimento sob gestão — 67% em escritórios e 33% em galpões. Do total, 77% dos ativos está em são Paulo, e o restante, no Rio de Janeiro. Parte dos recursos para os novos investimentos já foi captada, e outra parcela será levantada com investidores dos Estados Unidos e da Ásia nos próximos 12 meses.
Os aportes de R$ 2 bilhões incluem lançamento da primeira fase de empreendimento de uso misto, programado para novembro, nas proximidades do Jóquei Clube, na zona Oeste de São Paulo. O projeto terá Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 450 milhões a R$ 500 milhões. Previsto para ser entregue no fim de 2020 ou início de 2021, o projeto é composto por 20 mil metros quadrados de escritórios corporativos, 5 mil metros quadrados de unidades residenciais para venda e 3,35 mil metros quadrados de lojas.
Protocolado na nova Lei de Zoneamento, o empreendimento será desenvolvido em terreno onde funcionava a sede da Johnson & Johnson na Marginal Pinheiros. O edifício foi comprado em 2015. A segunda fase do projeto será lançada em 2019.
Outro empreendimento de uso misto será lançado no fim do próximo ano, em terreno formado a partir da compra, em janeiro, de prédio que pertencia à fabricante de zíperes YKK, no Itaim Bibi, de imóveis adjacentes. O projeto prevê 15,5 mil metros quadrados de escritórios, 5.900 metros quadrados de unidades residenciais para venda e 1,5 mil metros quadrados de lojas.
A SDI praticamente não tem vacância nos seus escritórios na Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Paulista, de acordo com o executivo. No fim do segundo trimestre, a gestora começou a negociar altas de 5% a 10% nas revisionais dos contratos de aluguel de escritórios. “As empresas vêm buscando uso mais racional dos espaços, mais eficiência”, diz Pereira.
Em meados do ano passado, a gestora comprou a participação que a Previ tinha no Condomínio São Luiz, em São Paulo. Posteriormente, adquiriu mais um andar do empreendimento. Do Atlas Office Park, localizado na Vila Leopoldina, na zona Oeste de São Paulo, a SDI detém um terço de participação. “A vacância atual do empreendimento é de 48%, mas estamos negociando com algumas futuras inquilinas”, conta o sócio da gestora.
A SDI não tem a intenção de investir em escritórios no Rio de Janeiro até que ocorra a retomada do mercado carioca.
No segmento de galpões, a SDI fechou, recentemente, contrato de locação por cinco anos de galpão do empreendimento Multi Modal Campinas para a Mogiana Alimentos — joint venture da espanhola Affinity Petcare e do Grupo Guabi. Com a operação, a parcela locada no empreendimento chega a 46%.
No Rio, a SDI faz a gestão de galpão em Duque de Caxias (RJ), que faz parte de um fundo de investimento imobiliário (FII). A gestora está desenvolvendo também condomínio logístico de 100 mil metros quadrados, em Seropédica (RJ), que será erguido sob medida (build to suit). Segundo o executivo, as licenças para o projeto já foram obtidas. “Os melhores lugares do Rio começam a ficar mais escassos”, afirma Pereira.