Fundos multimercados e imobiliários estão entre as indicações dos especialistas em investimentos para atravessar um período potencialmente mais volátil à frente. Com a taxa Selic em 6,5% ao ano, seria uma forma também de capturar oportunidades em tempos de juros historicamente baixos.
Observando os prêmios que existem hoje na renda fixa, uma classe que pode trazer ganhos interessantes para o investidor são os fundos imobiliários, diz Eduardo Levy, diretor da Rio Bravo Investimentos. "Não houve nesse período de realização de lucros, deterioração micro dos ativos que compõem essas carteiras, não se viu aumento de vacância, por exemplo."
O mercado de fundos imobiliários ficou para trás e o Ifix, índice que representa a média das cotas negociadas em bolsa, ainda não se recuperou de forma tão vigorosa quanto outros ativos, afirma Rafael Alves Rodrigues diretor de Investimentos do Banco Inter. Para a pessoa física, ele lembra que essa é uma classe que costuma ter bom apelo pelo componente de renda, com o pagamento periódico de dividendos, além da isenção fiscal sobre os rendimentos.
Nas recomendações do BNP Paribas, os fundos multimercados compõem o mix indicado. "Com mais investimentos internacionais nas carteiras, os gestores têm conseguido se diferenciar e ficar mais descorrelacionados do cenário local", diz Caio Mercadante, estrategista-chefe de investimentos da área de Wealth Management do banco.
Para quem tem dinheiro novo, os multimercados também têm sido privilegiados nas recomendações da Opus Genial, segundo Fernando Barrozo do Amaral, executivo-chefe da empresa de gestão de fortunas ligada ao banco Brasil Plural.
"O que nos dá conforto é que hoje há gestores com estilos e cabeças diferentes. Têm momentos em que todo mundo está na mesma direção, alocado no kit Brasil. Mas atualmente, a diversidade de opiniões dá um bom equilíbrio para montar as carteiras."