Interessados em comprar um imóvel já podem fazer quase todo o processo de financiamento por aplicativo de celular.
Nas plataformas, o correntista faz a simulação do empréstimo, obtém a aprovação do crédito, envia os documentos e contrata o seguro. Só é preciso ir até a agência para assinar o contrato.
Assim, os compradores conseguem uma economia de tempo de até 50% na concretização do negócio.
É o que promete a plataforma WebCasas, lançada pelo Santander em julho de 2017. Hoje, cerca de 200 mil pessoas acessam o site por mês.
No Banco do Brasil, o aplicativo para este tipo de operação foi lançado em dezembro do ano passado. Por enquanto, ainda representa uma parcela pequena: 5% de todos os serviços do tipo. Mesmo percentual dos financiamentos feitos via aplicativo no Bradesco.
A expectativa do Banco do Brasil é que cada vez mais os clientes se habituem a essa tecnologia, e o percentual de transações via celular chegue a 25% nos próximos anos.
Itaú Unibanco e Caixa Econômica Federal ainda estão desenvolvendo seus aplicativos, mas já permitem que o processo seja feito pelos sites.
Segundo o Itaú Unibanco, sua plataforma digital reduz em até 40% o tempo para a finalização dos contratos.
Quem quer comprar um imóvel já está mais do que habituado a usar o celular como ferramenta de busca.
"Hoje, 60% dos nossos acessos são feitos via celular", explica o gerente de aplicativos do Grupo Zap, Hélder Alves. A empresa é dona dos aplicativos Zap Imóveis, Zap Aluguel e VivaReal, disponíveis nos sistemas iOS e Android.
Os três contabilizam cerca de oito milhões de imóveis anunciados e 633 mil usuários ativos por mês, a maioria na faixa dos 25 aos 34 anos.
O download e a busca por imóveis é grátis. Os usuários definem parâmetros como valor que querem gastar, bairro e metragem das propriedades, além de número de quartos, banheiros e vagas de garagem.
É possível encontrar algumas opções mais específicas, como coberturas e casas em condomínios.
O Zap Imóveis disponibiliza o telefone do anunciante e permite enviar uma mensagem via aplicativo. No VivaReal, o interessado pode também agendar uma visita ao imóvel.
Quem quiser anunciar tem que pagar pelo serviço. Há desde planos mensais a R$ 307,90 até pacotes anuais que custam R$ 799,90.
No App do Imóvel, também gratuito para download e busca de propriedades, o usuário lista critérios como o valor e o bairro de preferência.
O comprador pode curtir os anúncios que mais lhe interessam, e essas ofertas vão automaticamente para uma lista que permite compará-las.
Hoje, cerca de 87 mil pessoas utilizam a interface, que tem cerca de 30 mil propriedades à venda.
Anunciar também é grátis, mas é preciso pagar para divulgar seu número de telefone e ter acesso ao contato de outras pessoas.
Os preços das assinaturas variam de R$ 57,90 por mês a R$ 97,90 por semestre. Corretores e imobiliárias não são permitidos no aplicativo.
A facilidade da busca virtual, contudo, não substitui a visita presencial, afirma a advogada especialista em direito imobiliário Giselle Tapai.
"Tudo parece muito fácil, mas é preciso lembrar de que se trata da compra de uma propriedade, um negócio grande que não pode ser revertido depois."
Tapai recomenda ir pessoalmente até o imóvel e também dar uma volta pelo bairro. "Se for apartamento, é importante conversar com mais gente do prédio e com o síndico, para evitar frustrações."
Já José Augusto Viana, presidente do Creci-SP, o conselho de corretores, alerta para os cuidados na hora de fechar negócio pela internet.
As plataformas apenas conectam as duas partes e em geral não se responsabilizam pelas negociações.
"As transações imobiliárias são processos complexos, que pedem conhecimentos técnicos muito específicos. Por isso é sempre bom procurar a ajuda de um corretor especializado", afirma Viana.