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EZTec vê início de novo ciclo e Cyrela tem perda elevada

09/11/2018 / Categorias Mercado imobiliário

(Valor Econômico – Empresas – 09/10/2018)

Chiara Quintão

Depois de três anos vivendo a crise do setor acirrada com a retração dos financiamentos pela Caixa Econômica Federal, no segundo trimestre de 2015, a EZTec teve, no terceiro trimestre deste ano, o começo de seu novo ciclo, de acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores, Emílio Fugazza.

"As vendas foram as melhores que tivemos em muitos trimestres", afirma o executivo. Segundo Fugazza, há um entendimento de que os preços de imóveis tendem a subir e que o mercado vai se movimentar, o que contribui para a tomada mais rápida da decisão de compra. O terceiro trimestre foi o primeiro sem "política agressiva de descontos".

O executivo ressalta que o início de novo ciclo político traz a perspectiva de novo ciclo econômico. Na avaliação de Fugazza, a tendência é que o novo governo - encabeçado por Jair Bolsonaro (PSL) - ofereça menos entraves aos investimentos da iniciativa privada.

"Precisamos que a regulamentação dos distratos seja aprovada, que as prefeituras estejam organizadas para que as incorporadoras possam lançar empreendimentos e que o Ministério Público compreenda que os lançamentos contribuem para a geração de empregos", diz o executivo.

Por enquanto, a EZTec lançou R$ 565 milhões, alcançando a meta para o ano, de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão. De janeiro a setembro, a companhia apresentou R$ 235 milhões ao mercado e, desde então, mais R$ 330 milhões. A expectativa é chegar a R$ 800 milhões até o fim de dezembro e dar continuidade ao crescimento no próximo ano.

No terceiro trimestre, o lucro líquido da EZTec caiu 88%, na comparação anual, para R$ 33,88 milhões. A receita líquida teve queda de 87%, para R$ 87 milhões. A companhia teve margem líquida de 38,9%, ante o indicador de 40,5% um ano antes. A base de comparação do terceiro trimestre do ano passado é muito elevada devido à venda da Torre B do EZTowers para a Brookfield. A margem bruta caiu de 45,5%, no terceiro trimestre de 2017, para 33,7% de julho a setembro. O indicador continua a ser impactado pelos distratos.

O resultado financeiro líquido cresceu 211%, para R$ 35,4 milhões. A equivalência patrimonial subiu 45%, para R$ 10,78 milhões. A EZTec gerou caixa de R$ 10,1 milhões, sem considerar o pagamento de R$ 85,2 milhões em dividendos. No fim de setembro, a companhia tinha caixa líquido de R$ 336,4 milhões.

Já a Cyrela apresentou prejuízo líquido de R$ 120,7 milhões, 17,8 vezes maior do que o do terceiro trimestre do ano passado. A receita teve alta de 21,2%, para R$ 724,8 milhões. A margem bruta da incorporadora aumentou de 24,6% para 28,3%, com a maior rentabilidade dos lançamentos.

O resultado líquido da Cyrela teve impacto negativo de R$ 94 milhões de despesas reparatórias no Nordeste - R$ 32 milhões desembolsados e provisão de R$ 62 milhões. Houve efeito negativo de R$ 29 milhões de baixa contábil de terreno no Rio de Janeiro e impacto negativo de R$ 31 milhões de novas contingências. O resultado financeiro ficou negativo em R$ 1 milhão, ante o valor positivo de R$ 12 milhões de um ano antes. A Cyrela gerou caixa de R$ 303 milhões no terceiro trimestre.

O lucro líquido da Tenda cresceu 109,8%, no terceiro trimestre, para R$ 64,4 milhões. A receita líquida aumentou 27,7%, para R$ 461,5 milhões. A margem bruta caiu de 36,3% para 33,6%. A companhia reconheceu, no resultado do trimestre, R$ 18 milhões de custo incorrido de fase não entregue de projeto na região de Belém. A incorporadora gerou caixa de R$ 72,5 milhões de julho a setembro. Em nove meses, a geração de caixa foi de R$ 193 milhões.

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