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Construção: instrumento de recuperação da economia

21/01/2019 / Categorias Mercado imobiliário

(O Estado do Ceará – Economia – 21/01/2019)

O mercado da construção civil registrou uma retomada de crescimento no último trimestre de 2018, fazendo com que os níveis de estoques das construtoras, que estavam bastante elevados na Região Metropolitana da capital cearense, começassem a cair. Para se ter uma ideia, no início de 2018 os estoques da capital cearense – entre comerciais e residenciais – estava em torno de 12 mil unidades, segundo o censo realizado pelo setor de pesquisas do Sinduscon-CE. Hoje, está na faixa de 7.500, ou seja, uma redução em torno de 40%. Vale destacar que todas as riquezas geradas pela construção civil ficam no País, a economia como um todo funciona melhor. E em todos os municípios brasileiros existe a atuação do segmento, movimentando o Brasil.

Apesar disso, estão acontecendo lançamentos de novos imóveis bastante pontuais, sendo que as empresas estão aguardando reduzir para o estoque histórico, que é em torno de 3 mil unidades da RMF. “Para que ocorram novos lançamentos, é preciso que haja uma redução de mais de 50% do que existe hoje. O único segmento que ainda não enfrentou grandes problemas são os do MCMV, que são até R$ 190 mil, financiado com o uso do FGTS, que tem juros mais baratos, e onde está o maior déficit habitacional do País. E n Ceará não poderia ser diferente, aliás, é bem maior, pois ainda temos uma camada grande da população que tem salários muito baixos, impossibilitando a realização do grande sonho da maioria dos brasileiros, que é a compra da casa própria”, disse André Montenegro.

O Sinduscon-CE tem realizado uma série de campanhas para reduzir os estoques, realizamos o Feirão da Casa Própria e ainda estamos com uma situação bastante positiva para quem pretende adquirir um imóvel novo. Algumas construtoras oferecem móveis planejadas, pagamentos de todos os impostos da transação (ITBI, IPTU por um ano ou mais, além de descontos significativos). “Os bancos estão com recursos disponíveis, praticando juros da época do boom da construção civil, que são bastante atrativos, prazo de pagamento de até 35 anos. Algumas construtoras também recebem um imóvel de menor valor na troca por um novo, o que acaba facilitando o processo de aquisição”, lembrou.

Relevância - O novo Governo Federal está tomando pé de toda a situação do País, sinalizando com algumas medidas macroeconômicas importantes, como as reformas da Previdência e política, contenção de gastos da máquina pública, redução do tamanho do Estado, possível redução da carga tributária, pois muitas empresas já não aguentam trabalhar com esse grande peso de ter um sócio que não investe, que é o Estado. “Esse otimismo veio com a mudança, mas só vai se solidificar com a efetivação dessas medidas básicas, em todas as esferas governamentais – federal, estadual e municipal, e em todos os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) – todos vão ter que dar a sua contribuição de sacrifício, a fim de que possamos promover a retomada do crescimento do Brasil. É preciso um grande pacto federativo entre os representantes dos setores público e privado, par que isso possa acontecer, e o mais rápido possível, pois a população não pode esperar mais”, salientou Montenegro.

Outra questão que precisa ser revista, urgentemente, é desburocratizar o acesso aos financiamentos, pois é inconcebível que para a pessoa tirar um empréstimo imobiliário, demore mais de 60 dias, enquanto para um carro sai na mesma hora; agilizar e baratear os custos cartorários – pois hoje as construtoras conseguem construir uma casa em cinco dias, e um cartório pede no mínimo 30 dias para registrar essa casa na escritura do imóvel, que representam duas linhas na matrícula. “Temos de abrir o mercado financeiro para outras entidades, pois hoje são apenas cinco bancos que trabalham com crédito imobiliário. Precisamos trazer novos players para o setor, novos funding par a construção civil. Dessa forma o mercado pode voltar a aquecer, alavancando diversos setores da economia nacional, como o químico (tintas, cimento); cerâmico (telhas, tijolos, revestimentos); minerais (areia, brita, pedras ornamentais); metalúrgico (estruturas metálicas, aço, esquadrias, ferragens); madeiras (estrutura de coberturas, portas, janelas, pisos); plástica (tubos, conexões, ou seja, são gerados milhares de empregos. Sem falar nos indiretos, como da a linha branca e marrom (eletrodomésticos e móveis), serviços, transportes, dentre outros. Portanto, qualquer governo que queira promover a retomada do crescimento, desenvolver o PIB, tem de investir na construção civil”, completou André Montenegro.

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