RIO – Os compradores de imóveis usados que deram entrada na Caixa Econômica Federal com pedido de financiamento imobiliário com percentual acima de 50% e cujo processo caiu em exigência terão a solicitação negada, mesmo que ela seja anterior à medida que limita o crédito, em vigor desde o dia 25. O banco informou que vai honrar somente os processos que já estavam em andamento antes dessa data. Em uma imobiliária da Zona Norte do Rio, dois negócios foram desfeitos no dia em que a restrição passou a valer.
— Tenho duas vendas que não vou poder concretizar porque dependem de financiamento acima de 50% do valor do apartamento e já foram reprovadas — diz Gustavo Araújo, gerente de negócios da APSA. — A restrição veio no momento em que o mercado ensaiava a recuperação.
Para especialistas em mercado imobiliário, a restrição de crédito na Caixa será um entrave a essa recuperação. Segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), a venda de usados corresponde a 75% do volume de negócios. O presidente da Ademi, Claudio Hermolin, observa que a classe média baixa será a mais prejudicada, já que quem compra um imóvel de alto padrão normalmente tem mais poupança.
Segundo a Caixa, a medida visa a estimular a venda de imóveis novos. Mas o advogado especialista em direito imobiliário e vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/SP, Marcelo Tapai, afirma que os negócios na planta podem ser afetados, já que muitas pessoas precisam, antes de comprar um imóvel novo, vender a casa onde moram.
A Caixa informou em nota que “as propostas em andamento terão as condições mantidas”.