(Valor Econômico – Economia 22/07/2020)
Talita Moreira
A gestora Captalys desenvolveu uma linha de crédito para financiar o estoque de incorporadoras até elas conseguirem vender as unidades no mercado. A oferta será feita para as empresas por meio do Grupo Zap, plataforma de venda de imóveis. O objetivo do produto é oferecer crédito às companhias do setor no momento em que elas terminam a obra e precisam começar a pagar o financiamento da construção tomado nos bancos, tendo ou não repassado as unidades.
A gestora vai oferecer crédito com prazo de até 36 meses e taxas que começam em 1% ao mês e não devem ultrapassar 2% ao mês, garantido pela alienação fiduciária do estoque remanescente. As incorporadoras quitam a dívida à medida que vão vendendo o empreendimento, sem parcelas fixas.
Poderá ser financiado o equivalente a 60% do valor de mercado das unidades disponíveis.
“A linha atende clientes em momentos de mercado mais estressados, como o atual, em que o ritmo de vendas tende a ser mais lento”, afirma Margot Greenman, sócia e presidente da Captalys.
De acordo com a executiva, o pagamento é feito na medida em que as vendas das unidades são realizadas, o que faz com que seja casado com o fluxo de caixa da empresa.
O foco são, principalmente, as incorporadoras de pequeno e médio portes, que não costumam ter acesso ao mercado de capitais, como as grandes companhias do setor. “A expectativa é que a demanda seja bem espalhada pelo país”, diz Gustavo Marcondes, diretor do Zap Fin, plataforma de produtos financeiros do Grupo Zap.
A expectativa da plataforma imobiliária é que, até o fim deste ano, a linha movimente cerca de R$ 20 milhões por mês. Para o fim de 2021, a previsão é dobrar esse ritmo. O tíquete médio esperado é de R$ 10 milhões por operação.
Segundo Margot, o funding virá da base de investidores da Captalys, gestora que atua com produtos de crédito sob medida para cadeias produtivas.
A executiva afirma que, no caso das incorporadoras, detectou uma brecha para financiá-las no momento em que as obras são concluídas e os bancos saem de cena. As empresas, em geral, têm de quitar seus empréstimos com as instituições financeiras em até 180 dias depois do término da construção de um edifício.