(Valor Econômico – Empresas – 02/07/2019)
Juliana Schincariol
Especializada no segmento econômico, a construtora e incorporadora mineira CAC Engenharia planeja lançar pouco mais de 6 mil unidades em 2019, com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 420 milhões. A empresa, que atua em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, vai expandir suas operações para o Estado de São Paulo, além de ter outras localidades em estudo.
Se confirmados, os lançamentos deste ano representariam crescimento de 64,2% sobre 2018. Já as vendas teriam alta de 56% sobre o VGV de R$ 270 milhões obtido um ano antes.
Assim como seus pares MRV, líder do segmento, e Direcional Engenharia, a CAC tem origem em Minas Gerais e atua na região metropolitana da capital Belo Horizonte. No Rio, está presente na região metropolitana e na baixada fluminense, em cidades como Belford Roxo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Gonçalo e Niterói. Na capital, atua em Campo Grande, na zona oeste. Para o segundo semestre, a companhia vai lançar imóveis em Cotia e Taboão da Serra, ambas no entorno da capital paulista
Com experiência precedente na atual concorrente Direcional, onde trabalhou por alguns anos e estruturou o segmento econômico, o fundador da CAC Engenharia, Cristiano Coluccini, diz que estuda ampliar a atuação da empresa para cidades como Saquarema e Maricá, no Estado do Rio de Janeiro, além de Brasília (DF) e Cuiabá (MT). A expansão para novas cidades inclui locais onde grandes construtoras não conseguem chegar, diz o executivo. É o caso de Saquarema, também no Rio de Janeiro. "São cidades até 100 mil habitantes, e grandes companhias não têm capilaridade para lançamentos de 500 ou 1000 unidades."
A maioria dos imóveis da CAC estão enquadrados na Faixa 2 do Minha Casa Minha Vida, que é disponível para famílias com renda bruta de até R$ 4 mil. Neste caso, os subsídios do governo federal são de até R$ 29 mil. Apesar de haver incertezas sobre as mudanças que serão realizadas no governo, para o ano de 2019, os lançamentos estão garantidos. Em 11 de junho, o Congresso aprovou projeto de crédito suplementar, que incluiu negociação do retorno de repasses para o programa habitacional.
Segundo o executivo, se as mudanças a serem promovidas pelo governo forem relevantes, a tendência é a empresa migrar para a faixa 3, onde atualmente não existem subsídios, ou até mesmo para o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
No ano passado, a CAC recebeu investimentos de R$ 30 milhões da incorporadora Jerônimo da Veiga, que aportou os recursos por meio de um fundo de private equity e passou a deter 30% da empresa. Com esse aporte, a empresa mineira foi avaliada em R$ 100 milhões. Com esses recursos foi possível planejar a entrada da empresa em São Paulo, diz Coluccini.