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Brasileiros estão mais conscientes para comprar imóveis

27/08/2018 / Categorias Mercado imobiliário

O mercado imobiliário mais do que dobrou o número de lançamentos no segundo trimestre de 2018. De acordo com dados divulgados CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), foram colocadas 25 485 mil novas unidades no mercado. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, o aumento foi de 19,9%, quando 21.257 unidades foram lançadas.

Ao R7, José Carlos Martins, presidente da CBIC, explica que apesar do aumento do número de lançamentos, os compradores estão mais conscientes em relação ao passado. “Como tinha uma valorização dos imóveis muito grande, algumas pessoas compravam para revender logo na sequência e ter um lucro em cima disso. Não é esse mercado que a gente quer”, avalia. “A gente quer a compra consciente, daquele que compra para levar para si, quer levar para sua família, quer comprar para um filho. A gente quer que aquele imóvel seja utilizado para que não acontecer o que aconteceu. E as pessoas estão mais conscientes.”

Segundo Martins, existe um equilíbrio maior atualmente. “Hoje, o mercado é muito mais maduro. Digo isso tanto das empresas quanto dos compradores, dos corretores. Antigamente, corretor queria vender a qualquer custo, mesmo que não tivesse condições. Temos uma demanda mais firme.”

Porém, o presidente da CBIC alerta para o risco de um novo aumento dos preços. “Na época do boom imobiliário, lá para 2010, as pessoas saíam às compras e aumentou, em valores reais, de 35 a 40% os valores dos imóveis. Estamos avisando que pode acontecer novamente e a gente não quer que isso aconteça porque não é um bom momento para que isso aconteça novamente.”

Minha Casa Minha Vida - O programa Minha Casa Minha Vida, lançado em março de 2009 pelo Governo Federal, já fez mais de seis milhões de moradias em todo o país. De acordo com Martins, cerca de 70% dos lançamentos ofertados no Brasil são oriundos do MCMV. “Esse número tem alguns significados. Em 2014, o programa tinha 25% do mercado. Hoje, se falarmos em unidades, chega a 70%”, explica. “O que aconteceu: a caderneta de poupança perdeu recursos por causa da Selic muito alta. Aí, não tinha dinheiro para financiar, já o fundo de garantia tinha. O encolhimento da poupança foi que fez com que o Minha Casa fosse mais significante”, acrescenta.

O presidente da CBIC ainda diz que outro fator é determinante para os números expressivos do programa de moradia. “A renda dos brasileiros encolheu. Então, aquelas pessoas que poderiam comprar um imóvel de maior valor, já estão comprando um de menor valor. O programa cabe mais no bolso.”

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