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Braço imobiliário da Cosan investirá em hub de 'agtechs' em Piracicaba

24/10/2018 / Categorias Mercado imobiliário

A Aguassanta DI, braço de desenvolvimento imobiliário da holding Aguassanta, controladora da Cosan, irá investir quase R$ 4,5 milhões para a construção do maior polo de inovação do agronegócio em Piracicaba, município paulista que se tornou a principal referência em “agtechs” no país. O empreendimento será lançado em março de 2019.

 Com uma área de 2,5 mil metros quadrados, anteriormente ocupado por uma concessionária Hyundai, o AgTech Garage Campus Vale do Piracicaba estará enfronhado no Reserva Jequitibá, um bairro multiuso em ex-áreas de cana-de-açúcar então pertencentes à Cosan. O Reserva é uma das regiões da cidade que mais cresce, com condomínios residenciais e comerciais desenvolvidos pela Aguassanta DI, e segue a recente instalação da nova sede da Raízen e do Pulse (centro  de startups sucroalcooleiras da Raízen). No seu entorno estão o Parque Tecnológico de Piracicaba e a Faculdade de Tecnologia (Fatec), e acesso ao anel viário.

“Apesar da importância da inovação agrícola, em termos de real state ainda não havia sido feito nenhum grande investimento imobiliário em Piracicaba”, afirmou ao Valor o diretor para a área imobiliária da Aguassanta, Murilo Almeida Filho.

 O futuro polo acomodará inicialmente 250 pessoas, que circularão entre os ambientes compartilhado, para eventos e salas privadas. Mais que um coworking para as agtechs, será um espaço de serviços e integração entre grandes empresas do setor.

 A antiga concessionária passará por um processo de modernização e adaptação para as empresas de tecnologia e será interligado por uma praça aos restaurantes, cafés e academia de um mall localizado ao lado. A Aguassanta DI já elaborou um projeto paisagístico desse corredor, onde também serão realizados eventos e reuniões a céu aberto — algo comum em outros centros internacionais de tecnologia.

Além disso, o futuro “hub” tecnológico pretende oferecer a cada semestre o que chama de “innovation connections”, uma espécie de aceleração de startups do agronegócio conjuntamente com as empresas posicionadas ali (seus “innovation partners”).

“Estava no momento das empresas terem um espaço desses para criar impacto”, afirmou José Tomé, cofundador do AgTech Garage ao lado de Marcelo Carvalho, que colocará cerca de 10% do valor total do empreendimento.  Segundo Tomé, as conversas já estão em andamento com empresas que mostraram interesse em estar no polo. “A ideia é sermos o centro de gravidade para futuros hubs como esse”, disse.

De acordo com Almeida Filho, a intenção é replicar o polo do Vale do Piracicaba  em outras regiões do Estado de São Paulo onde a divisão imobiliária pretender reverter terras plantadas com cana pertencentes à Cosan em projetos residenciais. “É uma área total de mil alqueires [cerca de 25 milhões de metros quadrados] com alta aptidão imobiliária”, afirmou o executivo. Isso representa menos de 1% da área plantada com cana da Cosan.

O próximo passo deve ser em São Carlos, cidade também no interior paulista que tem a maior densidade de PhDs do país, afirma Almeida Filho.  “Faz todo sentido para a gente, em algum momento no futuro, abrir esse desenvolvimento na cidade”.

Em Piracicaba, a Aguassanta DI possui três milhões de metros quadrados, com 1.500 lotes residenciais e corporativos já lançados. De acordo com a companhia, o Reserva Jequitibá é um empreendimento que antecipa a demanda imobiliária que o avanço da tecnologia agrícola deve exercer no município paulista.

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