A Benx Incorporadora, do grupo Bueno Netto, projeta lançamentos de R$ 510 milhões neste ano, incluindo projetos do Minha Casa, Minha Vida e dos padrões médio e alto e de R$ 600 milhões em 2019. Estão previstos R$ 240 milhões em projetos da faixa 3 do programa - chamados na empresa de Viva Benx - e R$ 270 milhões em empreendimentos de alto padrão em 2018.
"Acredito que as condições do mercado imobiliário serão melhores neste ano do que em 2017", afirma o diretor-geral da Benx, Luciano Amaral. Entre os fatores citados como favoráveis ao setor, estão a redução da taxa de juros, do desemprego e do endividamento das famílias. A incorporadora desenvolve projetos na cidade de São Paulo.
O executivo ressalta que as quedas de preços foram interrompidas com a redução de estoques. "Em alguns bairros, como Vila Mariana, Pompeia e Chácara Santo Antonio, os lançamentos têm saído com preços mais elevados do que nos últimos anos", compara.
No ano passado, os lançamentos da Benx somaram R$ 330 milhões - R$ 180 milhões na faixa 3 do programa e R$ 150 milhões no segmento de médio-alto padrão. A incorporadora vendeu R$ 400 milhões em 2017 e, atualmente, seus estoques somam R$ 25 milhões. "No ano passado, tudo o que foi lançado pelo mercado de São Paulo vendeu pelo menos 40%", diz Amaral.
Na avaliação do diretor da Benx, o grande desafio para o setor continua a ser os cancelamentos de vendas, chamados de distratos no jargão das incorporadoras. "Acho que a discussão enfraqueceu neste ano de eleição e em que a reforma da Previdência está monopolizando o Congresso. Mas esperamos que o governo tenha sensibilidade de que a venda não pode ser um contrato de opção", diz. O executivo afirma acreditar que a reforma da Previdência será aprovada neste trimestre e que o candidato que vencer as eleições presidenciais não adotará medidas de "ruptura com o equilíbrio fiscal".
Sem considerar o Parque Global - projeto da incorporadora com a Related Brasil, que começou a ser lançado na Zona Sul de São Paulo em outubro de 2013 -, este ano será o primeiro em que a Benx vai alcançar o patamar de R$ 500 milhões em projetos apresentados ao mercado.
Somente no Parque Global, a Benx tinha lançado R$ 600 milhões em 2013. O projeto foi embargado em meados de 2014 por liminar do Ministério Público resultante de questões ambientais.
Segundo Amaral, a Benx focou suas atenções, em 2015 e 2016, na resolução de distratos do que havia sido lançado do Parque Global, e reduziu a apresentação de novos projetos a R$ 200 milhões em 2015 e R$ 300 milhões em 2016. "Em 2017, terminamos de pagar o que foi distratado", diz Amaral. Os desembolsos somaram R$ 100 milhões, incluindo R$ 30 milhões referentes às comissões que tinham sido pagas pelos clientes às imobiliárias.
A Benx aguarda para os próximos meses a homologação de acordo feito com as partes que constestaram o projeto para possibilitar a sua retomada. Na época do lançamento, o VGV do projeto era estimado em R$ 8 bilhões, incluindo torres residenciais, empreendimento de uso misto e um shopping center. O terreno para desenvolvimento do projeto se localiza nas proximidades do parque Burle Marx.