BRASÍLIA - Os mutuários da casa própria vão ter que esperar o fim das eleições para usar os recursos do FGTS no financiamento de imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão . A medida foi anunciada no fim de julho para entrar em vigor em janeiro de 2019, mas o presidente Michel Temer prometeu aos empresários da construção civil antecipar para este ano. Agora, representantes do setor afirmam que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, está segurando a proposta para evitar críticas durante o período eleitoral.
O plano de adotar a medida já em 2018 foi antecipado pelo GLOBO e confirmado, publicamente, por integrantes do governo, incluindo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Mas, desde julho, já foram realizadas duas reuniões do Conselho Monetário Nacional (CMN), e o item não entrou na pauta do colegiado. Não foi pautado pelo BC, segundo as fontes.
O Conselho Curador do FGTS já deu aval à elevação do saque dos recursos do Fundo para a compra da casa própria, atualmente em R$ 950 mil em Minas Gerais, Rio, São Paulo e Distrito Federal. Nos demais locais, o teto é R$ 800 mil.
tributação e distrato - Os empresários da construção temem uma estagnação do setor, alegando que as pessoas podem adiar a compra do imóvel para ter acesso a uma condição melhor em 2019. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, vai tratar do tema em reunião marcada para hoje com a secretária executiva da Fazenda, Ana Paula Vescovi.
Ele também vai discutir outra promessa de Temer ao setor: a prorrogação, por mais um ano, do regime especial de tributação (RET) — pelo qual as construtoras pagam imposto reduzido (de 7% para 1%) na venda de unidades dentro do Minha Casa Minha Vida. O prazo termina em 31 de dezembro.