Depois de uma “chuva” de distratos que deixou no vermelho o balanço de venda de imóveis novos em Belo Horizonte e Nova Lima, na região metropolitana, o mercado reagiu em setembro. Foram vendidas 210 unidades. Embora o volume seja menor do que as 262 vendas realizadas em setembro de 2016, o setor dá sinais de recuperação, com crescimento de 165,8% em relação a agosto, quando foram apenas 79 negócios. Em julho, foram menos 81 – pois o volume de desistências de negócios que já estavam fechados superou o total dos imóveis comercializados. Os dados fazem parte do censo imobiliário divulgado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Segundo o vice-presidente da área imobiliária do Sinduscon, José Francisco Cançado, o primeiro semestre teve resultados fracos porque a Caixa Econômica Federal travou os recursos destinados às construtoras, o que acabou emperrando lançamentos. “Os empreendimentos de baixa renda ficaram travados, mas agora, com as mobilizações mais recentes da Caixa no sentido de liberar mais recursos, as construtoras já estão reavaliando sua capacidade de investimento e o mercado tende a melhorar”, afirma.
O aumento no total de imóveis lançados é outro sinal de retomada apontado por Cançado. Foram 137 lançamentos em setembro, conta 22 no mês de agosto. “Apesar de mais tímido do que o ritmo de crescimento das vendas, os lançamentos também estão subindo. Isso está acontecendo porque os juros caíram, a geração de empregos com carteira assinada está subindo e o setor começa a sentir que a procura está aumentando”, explica o vice-presidente.
Com a melhora no cenário econômico e com as promessas de aumentar os recursos para financiamento habitacional, Cançado acredita que as construtoras vão se animar. “Já percebemos uma movimentação no sentido de investir mais, até mesmo porque os estoques estão baixos”, analisa. Segundo a pesquisa do Sinduscon, a oferta atual é de 3.893 unidades. “É muito baixo para cidades como Belo Horizonte e Nova Lima”, comenta Cançado.
No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, foram comercializados 1.470 apartamentos nessas duas cidades. Durante este mesmo período, foram lançadas 560 unidades.
A redução dos estoques de novas unidades disponíveis para comercialização pode ser explicada pelo fato de as vendas estarem bem acima dos lançamentos.
Estoque cai e preços têm alta de 1% - Se o mercado comemora o aumento das vendas, o consumidor começa a sentir impactos nos preços. Com a queda no número de imóveis disponíveis, o preço médio dos apartamentos voltou a registrar alta e subiu 1% em setembro.
Enquanto em agosto o preço médio do metro quadrado privativo nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima era de R$ 7.865, em setembro foi para R$ 7.942.
Descontando a inflação medida pelo IPCA/IBGE, que foi de 0,16%, o aumento real foi de 0,84%.