(Valor Econômico – Economia – 03/03/2021)
Chiara Quintão
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Rodrigo Navarro, defende que a cadeia da construção encontre solução conjunta para os impactos do câmbio, das altas dos preços internacionais das commodities, dos valores dos fretes e da falta de contêineres.
“Esse conjunto de fatores preocupa o setor de construção como um todo”, diz Navarro. O presidente da Abramat não comenta sobre preços nem sobre segmentos da indústria de materiais, mas ressalta que os aumentos não resultaram de “intenção” dos fabricantes de reduzir a produção.
As vendas de materiais de construção pela indústria estão crescendo menos do que nos meses de maiores altas de 2020, de acordo com Navarro. Mas como as vendas seguem aquecidas para o varejo, direcionadas para as reformas, e para as construtoras, como consequência do reaquecimento do mercado imobiliário, a Abramat mantém a projeção de alta de 4% do faturamento do setor neste ano.
Vacinas & reformas
“Em 2020, não tínhamos vacina. Hoje, está faltando, mas existe”, diz Navarro, acrescentando que o país precisa avançar em relação às reformas administrativa e tributária.
O presidente da Abramat destaca que a oferta de materiais de construção foi regularizada e que, em fevereiro, a utilização da capacidade instalada das indústrias estava em 81%. “A expectativa de investimento em capacidade está bem superior à de antes da crise”, acrescenta.
Tarifas zero
Em relação à proposta feita pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) ao governo de zerar, por determinado período, as alíquotas de importação de materiais de construção, Navarro disse que as tarifas “não são super altas”.
No momento, a Abramat tem conversado com a Abrainc e com a Câmara da Indústria da Construção Civil (CBIC) em busca de soluções para os problemas da cadeia neste “momento de recuperação do setor”, de acordo com o executivo.