(O Estado de S. Paulo - Economia - 14/06/2019)
Ampliaram-se, em abril, os indicadores positivos do mercado imobiliário paulistano, avaliados na Pesquisa do Mercado Imobiliário do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). É sinal de que a retomada observada em levantamentos anteriores começa a se confirmar, com a ressalva de que o mesmo não se verifica nos demais municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
Três fatos promissores se destacam na pesquisa do Secovi-SP. Primeiro, as vendas acumuladas em 12 meses (maio de 2018 a abril de 2019) atingiram 31,7 mil unidades, melhor resultado dos últimos 9 anos. Em igual período dos últimos 15 anos, esse indicador só foi melhor em 2008 e 2010.
Segundo, foram lançadas 3.136 unidades na cidade de São Paulo, volume 50,7% superior ao de março de 2019 e 161,1% maior que o de abril de 2018, segundo informações coletadas pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) e distribuídas pelo Secovi-SP.
Terceiro, o número de unidades lançadas em períodos de 12 meses atingiu 39,6 mil em abril, segundo melhor resultado para o período nos últimos 15 anos, só superado em 2008.
Não há sinais de euforia no mercado, notando-se que os preços têm acusado, em geral, variação positiva apenas em termos nominais (sem descontar a inflação). Isso ocorre, até aqui, apesar da oferta insatisfatória de áreas edificáveis na capital, o que tem levado algumas construtoras a lançar empreendimentos até em avenidas de grande circulação, o que era pouco comum no mercado paulistano.
Os dados menos satisfatórios aparecem na RMSP, excluída a capital, com apenas 248 unidades vendidas em abril de 2019, queda de 33,2% em relação a março e de 40,5% comparativamente a abril de 2018. Em 12 meses, apenas 8,3 mil unidades foram vendidas na área. O desemprego e o aperto financeiro das famílias de baixa renda explicam o recuo do setor em locais periféricos.
Dada a importância da construção civil para a economia, a tendência positiva registrada entre fevereiro e abril propicia alívio para o setor. Mas será necessária a oferta adequada de recursos para a habitação social.
Além disso, como notou o presidente em exercício do Secovi-SP, Caio Portugal, a perspectiva de aprovação da reforma previdenciária criará um ambiente favorável aos investimentos, inclusive imobiliários.