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Setor de construção discute destino de R$ 500 milhões do Minha Casa, Minha Vida

16/11/2018 / Categorias Mercado imobiliário

(Folha de S. Paulo – Mercado Aberto – 16/11/2018)

Maria Cristina Frias

Entidades ligadas ao setor da construção vão discutir com o governo como destinar recursos extras liberados para obras do MCMV (Minha Casa, Minha Vida) e, assim, evitar judicialização.

A Caixa Econômica Federal anunciou, na última segunda (12), que suspendeu as contratações na faixa 1,5 do programa, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 2.600, por falta de recursos.

Um dia depois, o conselho curador do FGTS, que financia o programa, liberou R$ 500 milhões para a continuidade de obras.

O destino do subsídio, porém, ainda não foi decidido, segundo um membro da equipe do ministério das Cidades.

“Conversamos com a Caixa e as empresas e, pelo que vimos, a estratégia é priorizar as faixas 2 e 3 porque elas permitem entregar mais unidades com menos recursos”, diz Renato Lomonaco, da Abrainc (das incorporadoras).

Antes de qualquer decisão, será preciso checar os cálculos do MCMV, afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic (câmara setorial).

“Vamos procurar o ministro na segunda-feira [19] e discutir qual será o destino dos R$ 500 milhões. A Caixa terá de mostrar as contas, porque há muita obra parada no país”, afirma ele.

“Se já contratei com a Caixa [um financiamento] para um projeto na faixa 1,5 e comecei a construir? Ficará por isso mesmo? Isso é quebra de contrato, trará judicialização.”

Procurados pela coluna, a Caixa e o ministério das Cidades não se manifestaram.

Terra para casas - A RNI (Rodobens Negócios Imobiliários) vai adquirir em 2019 ao menos 15 terrenos para futuros lançamentos da incorporadora. O número de imóveis poderá chegar a 20, segundo o copresidente da empresa, Alexandre Mangabeira.

“Em obras, o aporte previsto para as áreas é de R$ 500 milhões ao ano”, diz ele.

“Para fazer frente à estratégia de ter ao menos 70% dos empreendimentos voltados ao Minha Casa, Minha Vida, precisaremos de áreas que gerem valor geral de vendas de R$ 2 bilhões”, afirma.

A companhia, que vai priorizar permutas nas aquisições, fará no mínimo 12 lançamentos em 2019 no interior de São Paulo e em cidades do Centro-Oeste com forte presença do agronegócio.

A empresa, que passou por uma reestruturação em 2017, teve lucro de R$ 2,7 milhões no terceiro trimestre, impulsionado pela venda de um terreno.

“Os ajustes já foram feitos e reduzimos em 75% o prejuízo do ano passado. Queremos crescer em receita mantendo a atual estrutura.”

R$ 148,5 milhões - é a receita bruta acumulada em 2018 até o 3º trimestre.

R$ 18,3 milhões - é o prejuízo até setembro.

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