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Santander amplia lucro com expansão do crédito e forte controle de custos

26/07/2018 / Categorias Mercado imobiliário

O Santander retomou, no segundo trimestre, um patamar de crescimento no crédito que não apresentava havia quase três anos - o que elevou as expectativas do mercado para o desempenho dos demais bancos.

A carteira ampliada de empréstimos e financiamentos do Santander somava R$ 368,245 bilhões no fim de junho, o que representa alta de 13,3% em 12 meses. Esse ritmo de crescimento anual não se via desde o terceiro trimestre de 2015, quando o pior da crise econômica ainda não havia chegado para as instituições financeiras.

A expansão também reflete a aposta que o Santander tem feito nos segmentos de pessoas físicas e pequenas e médias empresas - o que ajudou a garantir ao banco um aumento de sua margem financeira em um ambiente de taxas de juros mais baixas.

A combinação do bom resultado no crédito com um forte controle de custos levou o banco a um lucro líquido de R$ 3,025 bilhões no segundo trimestre, excluindo itens extraordinários. O número representa um crescimento de 29,5% em relação ao obtido no mesmo período do ano passado. Superou também a média das projeções de analistas consultados pelo Valor, que era de R$ 2,971 bilhões.

"A esplêndida execução [da estratégia] do Santander Brasil continua a dar resultados", afirmaram analistas do Credit Suisse. Em relatório a clientes, eles apontaram como destaques positivos os indicadores de qualidade do crédito, um crescimento do volume de empréstimos e financiamentos acima da média do mercado e melhorias nas métricas de satisfação dos clientes.

As units do Santander subiram 5,26% ontem na B3, para R$ 35,84, e puxaram para cima os papéis de outros bancos com a expectativa de que a recuperação do crédito ganhe tração.

"De forma geral, os resultados foram bons em qualquer lugar [do balanço] para onde você olhe", escreveram analistas do BTG Pactual em relatório.

O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, afirmou que a instituição espera manter um ritmo forte nos empréstimos e financiamentos nos próximos meses. "Não vejo razão para que o ímpeto de crescimento do crédito que a gente tem visto desacelere no segundo semestre", disse em entrevista a jornalistas.

Embalado por uma parceria com o banco Bonsucesso e melhorias internas, o Santander aumentou em 40,3%, para R$ 30,803 bilhões, sua carteira de empréstimos consignados. O saldo de financiamentos imobiliários para pessoa física cresceu 12,1%, para R$ 3,285 bilhões. O financiamento a veículos e o crédito a pequenas e médias empresas - duas áreas que têm sido centrais na estratégia do banco - também foram destaques.

A demanda de grandes companhias, no entanto, continua fraca e a instituição não vê melhora antes das eleições. "Enquanto a pequena empresa está discutindo o estoque para as vendas de Natal, a grande está pensando no investimento de longo prazo", afirmou Rial.

A paralisação dos caminhoneiros, em maio, gerou dificuldades "momentâneas" em alguns clientes pessoa jurídica e também foi sentida nos negócios de cartões do banco por conta da redução das vendas no varejo. Porém, os impactos já foram superados, segundo o executivo.

O índice de inadimplência recuou para 2,8% no fim de junho, menor patamar apresentado pela instituição desde que abriu o capital, em 2009. O indicador recuou 0,1 ponto percentual no trimestre, refletindo uma queda nos calotes das companhias.

"Reforçamos nossa visão de que o Santander Brasil passou sem arranhões pelo período turbulento da economia brasileira, crescendo sua carteira de crédito, ganhando participação de mercado e com melhor qualidade de ativos, em um ciclo completamente diferente quando comparado a seus concorrentes", afirmaram analistas da BB Investimentos.

Na opinião deles, é possível que o banco chegue a um patamar de rentabilidade superior a 20% nos próximos trimestres. Entre abril e junho, o retorno sobre o patrimônio líquido da instituição alcançou 19,5% - bem acima dos 15,8% entregues no mesmo período do ano passado. (Colaborou Álvaro Campos)

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