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Retiradas não prejudicam setor imobiliário, diz Abecip

26/07/2019 / Categorias Mercado imobiliário , Economia

(Valor Econômico – Brasil – 26/07/2019)

Anaïs Fernandes

A liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) anunciada pelo governo não compromete a dinâmica do fundo para o setor imobiliário, afirmou ontem Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da associação das entidades de crédito do segmento (Abecip). Segundo ele, o esquema de entradas e desembolsos não será alterado.

"As liberações potenciais representam algo pouco menor que 10% do saldo do FGTS, portanto, não compromete nenhuma decisão do conselho de desembolso para o setor imobiliário. Não vemos nada mudando para o Minha Casa, Minha Vida, para a construção civil", disse ele.

Para Abreu Filho, se os cotistas usarem os valores sacados para consumir, isso beneficia a própria construção. "Vai gerar mais confiança, atividade e renda para a economia." Segundo ele, os juros estão baixos, a inflação controlada e incorporadoras e o mercado financeiro já precificam a retomada da economia, mas "falta o consumidor ganhar confiança e sentir no dia a dia dele que tem mais dinheiro no bolso e estabilidade". Apesar disso, "já dá para dizer que a retomada está consolidada, o que virá a partir de agora é aceleração", disse Abreu Filho.

Sobre os saques de aniversário do FGTS, o presidente da Abecip afirmou que são um incentivo para que as pessoas continuem empregadas, sobretudo aquelas com salários mais baixos. "Havia incentivo para que elas saíssem de seus empregos para acessar o FGTS. Agora, o governo deu uma alternativa de acesso ao saldo sem que elas precisem sair do emprego."

Mesmo com os saques anuais, o fundo continuará sendo oxigenado, conforme os trabalhadores permaneçam empregados e contribuindo, na visão de Abreu Filho. Mas ele reconhece que, se os cotistas tirarem dinheiro periodicamente, sobrará um saldo menor para eventuais usos como quitar uma dívida imobiliária. "Vai ser uma escolha da pessoa. Continua tendo tudo como funcionava antes, mas agora há opções diferentes."

Para a Abecip, porém, ainda há melhorias a serem feitas no uso do FGTS, como permitir que os trabalhadores acessem o fundo para quitar 100% de uma dívida imobiliário, e não apenas 80% como é hoje. Além disso, a entidade pleiteia que a carência para um novo uso do saldo caia de dois para um ano. 

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