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Rendimento da caderneta está abaixo da inflação em 2018

13/08/2018 / Categorias Mercado imobiliário , Banco

A caderneta de poupança ficou bem na foto de julho, mas no ano o seu filme queimou, porque não está conseguindo proteger o dinheiro do investidor. Seu rendimento acumulado está abaixo da inflação.

Segundo dados do Banco Central, os depósitos no mês passado na caderneta foram R$ 3,7 bilhões superiores aos saques, melhor resultado desde julho de 2014, antes do início da crise financeira que atingiu o País, com recessão e crescimento do desemprego. No auge da falta de dinheiro, o poupador sacou seus recursos para complementar a renda, pagar dívidas e aliviar o orçamento.

Por meses seguidos, praticamente ao longo de 2015 e 2016, a captação líquida da poupança foi negativa, mas desde março deste ano a diferença entre o total depositado menos o total que foi retirado passou a ser positiva. Isso acontece pelo quinto mês consecutivo.

E a recuperação do estoque de recursos na caderneta coincide com os dados que indicam uma reação, ainda que modesta, da economia e do nível de emprego. Resultados que, portanto, podem ser considerados um termômetro de uma situação que começa a ficar um pouco mais confortável para o bolso do brasileiro.

Pagando um rendimento mensal de 0,37%, não se pode dizer que o rendimento da caderneta seja um atrativo para o investidor. Mas há que se considerar que com a queda da taxa referencial de juros, a Selic, todas as aplicações em renda fixa viram a sua remuneração minguar. E isso tanto para os títulos como para os fundos de renda fixa.

Remuneração negativa - Na comparação direta com a inflação, em julho os 0,37% da poupança passaram raspando os 0,33% contabilizados pelo IPCA, o índice oficial da inflação. Melhor do que em junho, quando os 0,37% foram inteiramente engolidos pela inflação de 1,26%.

No ano, os números também não são animadores para o aplicador: enquanto a inflação acumulada está em 2,94%, a remuneração da poupança, em 2,76%. Há que se ressaltar, no entanto, que foi a inflação bem mais acentuada em junho que levou todo e qualquer ganho da caderneta.

Ter o dinheiro remunerado em níveis abaixo da alta dos preços, significa ter o patrimônio dilapidado e perdendo seu poder de compra.  A questão é que para aplicações em que o dinheiro precisa ficar mais livre para saque, a cada mês, não haverá no mercado opções na renda fixa que ofereçam uma rentabilidade mais atraente do que a da caderneta.

Já para o dinheiro que pode ficar empregado por, pelo menos por seis meses, e dependendo do volume a ser aplicado, o mercado já oferece CDBs, Letras de Crédito Imobiliário (LCI), com retorno superior ao da caderneta.

Quem puder deixar o dinheiro por um, dois ou três anos, está deixando de ganhar uma remuneração mais gorda ao permanecer na poupança. Nesse caso, os Títulos do Tesouro estão entre os que também podem render mais.

E são aplicações cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito, que dão garantia de até R$ 250 mil, por banco e por CPF, em caso de quebra da instituição financeira em que o dinheiro está aplicado. No total, essa cobertura é de até R$ 1 milhão, por investidor, considerando os diferentes bancos em que o dinheiro esteja espalhado.

O rendimento da poupança vai permanecer em 0,37% ao mês enquanto a Selic ficar acomodada nos atuais níveis. Quer dizer, pelo menos, até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada nos dias 18 e 19 de setembro, quando haverá decisão do novo nível dos juros. Com a Selic em 6,50% ao ano, a caderneta vai continuar rendendo 70% disso, ou 4,55% ao ano, o que equivale a esses 0,3715% ao mês.

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